O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira (10) ao blog que o Brasil já tinha sido informado pelos Estados Unidos de que a Argentina estava na frente da pretensão brasileira de obter o apoio do país norte-americano no processo de entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
"Desde o encontro do presidente Bolsonaro com Trump, lá em Washington, isso já havia ficado claro", disse Guedes, tentando minimizar o impacto negativo interno da decisão dos Estados Unidos.
"Ali tem uma fila, a Argentina está no primeiro lugar, e o Brasil está em segundo na fila para receber o apoio dos Estados Unidos", disse uma fonte da área econômica.
Como o processo de ingresso de um país na OCDE é complexo e demorado, se o Brasil for indicado ano que vem, dificilmente terá a entrada aprovada ainda durante o mandato de Jair Bolsonaro.
Segundo essa fonte, há pouco mais de um mês, uma autoridade dos Estados Unidos veio ao Brasil para informar que o país iria cumprir o compromisso com Maurício Macri de indicar a Argentina enquanto os países europeus indicariam a Romênia.
Mas, caso fracassassem os entendimentos dos países da OCDE com a Argentina, por conta das reformas prometidas e não implementadas pelo governo Macri, os Estados Unidos indicariam o Brasil.
A autoridade americana que esteve no Brasil neste período é Wilbur Ross, secretário de Comércio dos Estados Unidos.
Para explicar a opção do governo de Donald Trump pela Argentina, a fonte da área econômica lembrou que o presidente dos Estados Unidos "cumpriu o acordo" com a Argentina, uma vez que é amigo pessoal do pai do presidente Macri.
A Argentina está em processo eleitoral neste mês, e as pesquisas mostram o favoritismo da volta do kirchnerismo, com Alberto Fernandes como candidato a presidente e Cristina Kirschner a vice.
O apoio dos Estados Unidos ao ingresso do Brasil na OCDE foi o principal ponto da conversa do presidente Jair Bolsonaro com Trump na visita que o brasileiro fez a Washington em março.
Na ocasião, Trump declarou apoio à pretensão do Brasil, o que não se confirmou agora.
Também foi nesse encontro que o filho do presidente Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro, teria ouvido estímulo do presidente dos Estados Unidos para ocupar a embaixada em Washington.
A pretensão ficou reservada até o dia em que Eduardo completou 35 anos, idade mínima para se ocupar o cargo de embaixador – decisão anunciada e ainda não formalizada, diante da incerteza de aprovação pelo Senado.
A decisão dos Estados Unidos, agora, representa um revés a essa pretensão pois toda campanha de Eduardo junto a senadores tem como suporte sua relação pessoal com a família de Trump e a proximidade que poderia trazer benefícios ao Brasil.
CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.
0 Comentários