Cuiabá, 12 de Maio de 2024
Notícia Max
12 de Maio de 2024

CIDADES Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2020, 09:24 - A | A

Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2020, 09h:24 - A | A

ENTREVISTA DA SEMANA

Infectologista Eva Grigoli: “Há chances do coronavírus chegar ao Brasil devido ao período festivo, decorrente do carnaval, onde os fluxos de viagens aumentam”

Nathany Gomes

 

O novo coronavírus, batizado provisoriamente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de Covid-19, teve seu primeiro alerta emitido em 31 dezembro de 2019, após o surto de uma pneumonia misteriosa, na cidade de Wuham, na China. Ele foi descoberto em 1960 e o nome adotado se dá através de seu formato, semelhante a uma coroa, e pode levar a morte. 

 

Segundo dados da OMS, até o momento na China, o números de mortos chegou a 1.114. Já no Brasil, 11 casos suspeitos são investigados até o momento, de acordo com o Ministério da Saúde. 

 

Recentemente, em Mato Grosso foi registrado o primeiro caso suspeito, na cidade de Rondonópolis (220 km de Cuiabá), porém, a hipótese foi descartada pela Secretaria de Estado e Saúde (SES-MT), através de uma nota oficial à imprensa. 

Pensando nisso, a reportagem convidou a Infectologista formada pela Universidade de Cuiabá (UNIC), Eva Grigoli, para esclarecer alguns dúvidas sobre o novo coronavírus. 

 

Notícia Max – Quais são os sintomas do coronavírus?

 

Eva Grigoli – Inicialmente,  são febre, tosse, desconforto respiratório, juntamente com um grau avançado de falta de ar. Lembrando que associado a esses sintomas, necessita ter a presença do contactante, que é o contato com área de manifestação da doença, como por exemplo, uma viagem recente para país de foco. Se esses sintomas persistirem sem acometimento da viagem, está descartada a suspeita de contaminação. Existem inúmeros vírus que possuem características semelhantes. O que ficou determinado para coronavírus é o contato do paciente próximo à área de contaminação do vírus.  

 

Notícia Max – Como se dá a transmissão do vírus?

 

Eva Grigoli – A transmissão é feita pelas vias respiratórias, como por exemplo, ao falar, tossir, através da secreção expelida. Por isso, a gente aconselha praticar a etiqueta respiratória, protegendo com as mãos a boca e o nariz no momento de tossir ou espirrar.  

 

Notícia Max – Em suspeita de ter contraído a doença, como proceder?

 

Eva Grigoli – Nesse caso, paciente é colocado em situação de quarentena, acoplado o isolamento, sendo estes locais na sua própria residência, em observação. Se houver uma manifestação respiratória mais grave, é lavado para unidade hospitalar. O Hospital Júlio Muller é referência em Mato Grosso, incluindo quarto de isolamento e equipamentos necessários para tratamento do coronavírus, mas não impede que o paciente procure um pronto atendimento privado, pois oferecem um suporte semelhante. 

 

Notícia Max – Há chances do coronavírus chegar ao Brasil?

 

Eva Grigoli – Sim, há muitas chances devido ao período festivo, decorrente do carnaval, onde os fluxos de viagens aumentam. A orientação é que a população evite ao máximo se deslocar para áreas de risco, como China, Hong Kon, proximidades da cidade de Wuhan, onde surgiram os primeiros casos do novo coronavírus. Atualmente, em Mato Grosso, já estão sendo feitos treinamentos, capacitações para os profissionais de saúde, parecida com Influenza, H1N1, que são transmitidos da mesma forma. 

 

Notícia Max – Quais os cuidados que podem ser tomados para evitar contrair o vírus?

 

Eva Grigoli – Primeiramente, fazer uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’S), máscara, óculos, evitando que a secreção entre no organismo, como também uso de gorros, aventais e jalecos, pois é necessário que se faça uma precaução de contato e de gotículas, pois é algo muito interpessoal, veiculados nas mãos. Então, toda vez que manipular uma superfície que poderia estar contaminadas ou pacientes, realizando a higienização com álcool 70, água ou sabão, efetuando ação antibacteriana. 

 

Notícia Max – O Brasil está preparado para combater o coronavírus?

 

Eva Grigoli – Acredito que sim, pois as medidas utilizadas para controle, no momento, são aquelas citadas anteriormente. O que falta agora é a vacinação contra o vírus. Não há ainda nenhuma aprovada, mas já estão sendo realizados estudos para desenvolver uma vacina adequada, priorizando a proteção dos profissionais de saúde que se encontram na linha de frente, recebendo os pacientes contaminados. 

 

Notícia Max – Como é feita identificação do vírus?

 

Eva Grigoli – Caso apresente os sintomas, procurar uma unidade de saúde mais próxima, explicando a situação e a proximidade com áreas de riscos. Em seguida é feita notificação do caso, pela Vigilância Epidemiológica, procedendo com a coleta do material, swab nasal e oral, encaminhando esse material para laboratório local, em seguida, a amostra é processada, identificando a naturalidade desse vírus, trata-se do coronavírus.  Caso resultado seja positivo, são enviados para Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência nacional, para computar os dados internacionalmente. 

 

Notícia Max – Qual o tratamento? Detalhe o grau de letalidade.

 

 

Eva Grigoli – Ainda não tem um tratamento específico, existem remédios sendo desenvolvidos, em andamento, tendo uma terapêutica adequada que combate o vírus. A princípio a gente está fazendo o controle da sucessão de sintomas. A letalidade depende muito da manifestação, varia de organismo para organismo e a forma como irá se desenvolver. Em alguns deles, envolve doenças assintomáticas, casos brancos, onde pessoa tem uma febre, tosse e casos de maior gravidade, onde a pessoa é encaminhada para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para fazer o controle respiratório, mediante a resposta e o método aplicado.

 

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