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CULTURA Terça-feira, 05 de Junho de 2018, 13:54 - A | A

Terça-feira, 05 de Junho de 2018, 13h:54 - A | A

NO MISC

Artista moçambicano aborda a beleza da mulher negra em exposição

Redação

 

O Museu da Imagem e do Som de Cuiabá (MISC), que será inaugurado nesta terça-feira (5), acolhem - dentre as demais atrações do espaço - a primeira exposição individual do artista Hermínio Nhantumbo em Mato Grosso. Intitulada “A wassanti i xiluva” (A mulher é uma flor), a mostra artística revela, de imediato, seu compromisso com o empoderamento feminino, suas especificidades e a necessidade de respeito ao gênero.

 

O artista, que veio a Cuiabá a convite da presidente do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (Imune), Antonieta Luísa Costa, trouxe todo o seu talento para ensinar a arte de entalhar e esculpir a madeira, transformando-na em belas estátuas e esculturas para o povo quilombola. O escultor já fez oficinas na comunidade Mata Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento, quilombos de Santo Antônio do Leverger, Poconé, Barra do Bugres e agora traz seu acervo criativo para o Museu da Imagem e do Som de Cuiabá, expondo sua perspectiva artística ao longo de todo o mês de junho para a visitação pública. 

 

“Brasil e Moçambique têm uma relação histórica muito forte. Alguns escravos que chegaram aqui saíram de lá, o que nos levou a ter muitas coisas em comum, como o idioma - apesar de algumas distinções, danças, comidas, entre tantos outros atributos tradicionais. Estou me sentindo em casa”, afirmou Hermínio.

 

Embora se sinta influenciado pela iconografia local, a mulher negra continua sendo o foco principal de suas obras, ressaltando a importância da sua presença e da sua luta, desde a diáspora aos dias atuais.   

 

Nascido em Maputo, no ano de 1984, o moçambicano entrou no mundo das artes em 2000, como aluno do ateliê Alexandria em Matola, onde em 2003 conheceu a dança pela Companhia Municipal de Canto e Dança de Matola. O jovem tornou-se membro fundador da Associação Xibalacatsa Arte, além de fazer parte do Núcleo de arte de Maputo e ser o criador do grupo Fou Zulu.

 

Em 2002, fez sua primeira aparição pública, participando da feira de artesanato na baixa da cidade de Maputo. Ao longo de sua carreira participou de exposições coletivas, workshops, além de festivais locais e internacionais.

 

“Não sou artista que faço obras desenhadas. Eu trabalho com o abstrato. Desenvolvo um contato com a madeira e no momento que a estou esculpindo, ela me mostra seus limites daquilo que ela capaz de ser transformada. Não tenho uma linhagem fixa, costumo dizer que minha abordagem é a inspiração”, completou.

 

De acordo com Herminio, todas as suas obras são feitas em madeira reciclável. “Nós que somos escultores não queremos contribuir para a devastação da natureza, mas sim preservá-la. Precisamos do meio ambiente e ele é crucial para a subsistência do mundo. Sabemos que agora temos problemas climáticos que devem ser enfrentados e é por isso que tenho esse cuidado em utilizar a madeira seca, que perde sua vida com o passar do anos”, conclui.

 

A exposição “A wassanti i xiluva”, chega ao local acompanhada por mais duas mostras visuais, sendo elas os “25 Anos do Flor Ribeirinha” e o “Baú de Histórias”, uma homenagem aos 299 anos da Capital.

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