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ESPORTE Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2019, 14:57 - A | A

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ATLETISMO

Após 6 anos nos EUA, Rosângela Santos revela dificuldade financeira e retorna ao Brasil

Globo esporte

Renan Valdiero/Divulgação

ROSANGELA

 

Em 2013, Rosângela Santos trocou o Rio pelos Estados Unidos na busca por uma evolução na carreira. Incluída em um projeto do Comitê Olímpico do Brasil (COB), ela viveu sem maiores problemas pelos dois primeiros anos, até suas companheiras de casa, Evelyn dos Santos e Tamiris de Liz, decidirem voltar ao Brasil. Sem companhia para dividir moradia, Rosângela viu o orçamento apertar, principalmente após a Rio 2016, quando o Dólar entrou em alta e o COB encerrou o projeto. Para complementar a renda, a atleta chegou a trabalhar como motorista de aplicativo, o que lhe rendeu dores crônicas nas costas e uma consequente queda de desempenho nas pistas.

 

Em meio a tantas dificuldades, Rosângela tomou a decisão de largar o sonho americano e voltar ao Brasil. Desde o último mês, a atleta vem treinando diariamente no CT da Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA), na Zona Oeste do Rio, sob orientação do técnico Loren Seagrave, americano radicado no Brasil.

 

- O motivo da minha volta foi mais pensando na minha questão financeira. A partir de 2015, o COB passou a fazer os meus pagamentos pelo Brasil, e a alta do Dólar fez as minhas despesas se multiplicarem por quatro. Teve ainda a questão da lesão. Por conta de lesão, eu não corri bem em 2018. Em 2019 também não tive resultados muito bons, que podem me deixar fora do Bolsa Pódio. Então como a Olimpíada é em junho pensei que o mais correto era voltar - contou a atleta.

 

Sonhando ser a primeira mulher brasileira a subir no pódio nos 100m, Rosângela foi atrás do guru da velocidade, o técnico americano Rana Reider. Dentre os seus ex-colegas de treino estavam o atual campeão olímpico do salto triplo Christian Taylor, e o canadense Andre De Grasse, medalha de prata nos 200m e bronze nos 100m na Rio 2016.

 

A primeira moradia de Rosângela nos Estados Unidos foi Miami. Depois ela se mudou para Houston, antes de transferir-se para Jacksonville, na Flórida, onde trabalhou como motorista. Por conta da sua situação de dificuldade financeira, a velocista teve de utilizar o dinheiro de uma poupança para manter-se nos Estados Unidos.

 

- Em 2014 não possuía gastos porque, pelo o projeto, o COB pagava a técnica, a casa e tinha um cartão de 900 dólares para gastos com transporte e comida. No fim de 2016, me mudei para Houston, perdi patrocinadores e o projeto do COB acabou. Para me manter com despesas em torno de 2.800 dólares, usei a minha poupança e fiz vaquinha que não deu certo. Após o Mundial de Londres 2017, passei a dirigir para um aplicativo. Meses depois vieram as dores nas costas e a queda de rendimento - explicou.

 

Rosângela Santos teve como melhor resultado nos 100m em 2019 um 11s23 em agosto, em Bragança Paulista-SP. No Mundial de Doha, ela fez 11s32, ficando em quinto na sua prova, além de correr o revezamento 4x100m, no qual o Brasil foi desqualificado por um erro na passagem de bastão. Atleta do Exército, a velocista espera evoluir nos seus tempos com o retorno ao Rio.

 

- Minha performance em 11s23 está muito abaixo do que posso fazer. Por isso decidi voltar para o Rio para minimizar o estresse com dinheiro e evitar lesões ao máximo - finalizou a corredora, que tem 10s91 em 2017 como melhor marca da carreira.

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