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ESPORTE Domingo, 24 de Março de 2019, 09:30 - A | A

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MENINOS DA VILA

Rodeados por coincidências, Diego e Ganso duelam pela 1ª vez na carreira

Marcelo Baltar — Rio de Janeiro

FFD

 

As comparações com Diego no início da carreira de Paulo Henrique Ganso foram inevitáveis. Meias jovens e habilidosos, com rara visão de jogo, muito potencial, que surgiram para o futebol na Vila Belmiro. Eles saíram de Santos, rodaram o mundo e pararam no Rio de Janeiro. Neste domingo, os camisas 10 da dupla Fla-Flu terão um encontro inédito nos gramados. Será a primeira vez que se enfrentarão.

 

As coincidências são muitas. Os dois, quando despontaram, usaram a camisa de Pelé no Santos e foram apontados como futuros camisa 10 do Brasil. Ganharam títulos importantes, jogaram em grandes clubes, foram convocados, mas jamais atingiram o protagonismo esperado na Seleção. Nunca disputaram uma Copa do Mundo, por exemplo.

 

Outra semelhança foi a forma como surgiram. Ambos tinham ao lado outro protagonista no Santos. Ganso despontou ao mesmo tempo que Neymar. E era quase impossível desassociar Diego de Robinho no início da carreira.

 

Surgimento no Santos

 

Quem foi melhor? No Santos, difícil apontar. Diego conquistou dois Brasileiros - protagonista aos 17 em 2002, deixou o Santos em 2004 no meio da campanha do bicampeonato. Ganso, por outro lado, foi campeão da Libertadores em 2011, levou uma Copa do Brasil (2010) e três Paulistas, entre 2010 e 2012.

 

Diego foi negociado com o Porto, em 2004, por 8 milhões de Euros (na época, cerca de R$ 29,6 milhões). Em 2012, o Peixe negociou Ganso com o São Paulo por 23,9 milhões. O clube tinha apenas 45% do meia, que saiu em litígio da Vila Belmiro.

 

Europa: Ganso falha, e Diego joga em 5 países do continente

JK

 

 

Diego certamente teve uma carreira mais consolidada na Europa. Aos 19 anos, deixou o Brasil para jogar no Porto, onde foi campeão mundial. Teve seu melhor momento na Alemanha, quando brilhou no Werder Bremen e jogou no Wolfsburg. Teve altos e baixos com a camisa da Juventus na Itália, foi campeão espanhol e da Liga Europa pelo Atlético de Madrid e despediu-se, sem brilho, do continente com a camisa do Fenerbahçe.

 

Ganso, por sua vez, falhou na Europa. Em 2016, o Sevilla comprou o brasileiro por € 9,5 milhões de euros (R$ 34,4 milhões, na época). No entanto, ele nunca se firmou e teve problemas com o técnico Jorge Sampaoli. Após empréstimo de seis meses para o modesto Amiens, da França, acertou com o Fluminense por cinco anos para tentar uma nova reviravolta na carreira.

BN

 

 

Expectativa x realidade: Diego tem títulos e mais jogos pela Seleção

 

Quando surgiram, os dois foram apontados como futuros camisas 10 da Seleção. Ambos vestiram a Amarelinha, mas não se firmaram. Mais uma vez, Diego parece levar vantagem na comparação, embora, nesse quesito, a expectativa sobre Ganso tenha sido maior.

 

Explica-se: Diego despontou para o futebol em 2002, logo após o Brasil conquistar o pentacampeonato. Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e o então jovem Kaká - todos campeões na Ásia -, eram os principais concorrentes. Ganso, por sua vez, surgiu num período de vacas magras do futebol brasileiro. Tanto é que, depois da Copa de 2010, era apontado como o único jogador capaz de organizar o meio de campo do Brasil. O que nunca aconteceu.

KJ

 

 

Os dois passaram por frustrações na Seleção. Diego, por exemplo, participou das preparações para as Copas de 2006, 2010 e 2018, mas não foi chamado em nenhuma delas. Dos últimos quatro Mundiais, somente em 2014 não teve o nome cogitado. Ao menos, foi bicampeão da Copa América (2004 e 2007) e conquistou o bronze olímpico em Pequim (2008).

 

Ganso seria o nome para a Copa no Brasil, mas perdeu espaço durante a preparação e foi ofuscado por Oscar. Em 2018, sequer foi cotado, embora tenha sido convocado para a Copa América de 2016.

SXA

 

 

O que dizem os especialistas?

Qual deles chegou mais próximo de corresponder às expectativas geradas de quando surgiram para o futebol? 

 

Lédio Carmona (SporTV): O Diego. O Ganso ainda tem tempo para chegar próximo ao Diego. A carreira internacional do Diego pode não ter sido maravilhosa, mas foi uma boa carreira. Teve mais regularidade, é considerado pela torcida do Atlético de Madrid-ESP, do Werder Bremen-ALE. Coisa que o Ganso teve muita dificuldade.

 

Thiago Benevenutte (GloboEsporte.com): Diego. Construiu uma carreira sólida de mais de uma década no futebol europeu - com títulos importantes por Porto, Werder Bremen e Atlético de Madrid - e tem histórico na seleção brasileira, onde fez 37 jogos e foi campeão da Copa América em 2004 e 2007. Ganso fracassou na Europa, e a última vez que jogou pela Seleção tinha apenas 23 anos.

 

Hoje, quem vive um melhor momento e tem mais condições de decidir o Fla-Flu?

 

Lédio Carmona (SporTV): O Diego conseguiu uma regularidade que o Ganso não teve. Tem cinco anos a menos o Gaso e pode correr atrás para chegar pelo menos no mesmo ponto do Diego.

 

Thiago Benevenutte (GloboEsporte.com): Diego. Voltou ao Brasil com status de estrela e vem sendo importante para o Flamengo desde 2016, apesar da queda de rendimento na temporada passada. Ganso ainda é uma incógnita após passagens ruins por Sevilla e no Amiens. É a esperança da torcida do Fluminense, mas teve poucos desafios relevantes nesta temporada.

 

No auge das respectivas carreiras, quem foi melhor?

 

Lédio Carmona (SporTV): De novo, o Diego, teve uma fase sensacional no Santos e teve boas fases na Europa, jogou em grandes times. No Flamengo, ele vai bem. O Ganso foi excepcional no Santos e foi bem no São Paulo, mas não conseguiu jogar na Europa.

 

Thiago Benevenutte (GloboEsporte.com): Ganso. Teve papel fundamental no Santos em 2010 e 2011, nas conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores ao lado de Neymar e companhia. Talvez tenha faltado a Diego um protagonismo como este na carreira até o momento, apesar da regularidade. No par ou ímpar, com a melhor versão de cada, escolheria Ganso.

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