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INTERNACIONAL Segunda-feira, 17 de Junho de 2019, 09:57 - A | A

Segunda-feira, 17 de Junho de 2019, 09h:57 - A | A

Ativista pró-democracia de Hong Kong deixa a prisão e se une aos protestos

France Presse

Thomas Peter/Reuters

 

O ativista pró-democracia Joshua Wong, símbolo da "Revolução dos Guarda-Chuvas", anunciou nesta segunda-feira (17), assim que saiu da prisão, que pretende unir-se à mobilização em Hong Kong para manter a pressão contra o Executivo, enquanto Pequim reiterou seu apoio "firme" ao governo local.

 

Quase 2 milhões de manifestantes vestidos de preto saíram às ruas no domingo (16), segundo os organizadores, para pedir a renúncia da chefe do Executivo, Carrie Lam, e a retirada do projeto de lei, atualmente suspenso, que autoriza extradições para a China continental.

 

Manifestações bateram recordes de presença

A ex-colônia britânica foi cenário nos últimos dois domingos de manifestações gigantescas, com recordes de comparecimento, além de um protesto não autorizado na quarta-feira passada que terminou com o maior ato de repressão policial desde que o território semiautônomo foi devolvido a Pequim em 1997.

 

Ativista afirma que líder do país não está qualificada

Em 2014, Joshua Wong, que na época tinha 17 anos, se tornou um dos líderes da "Revolução dos Guarda-Chuvas", que bloqueou o centro financeiro da cidade durante semanas para exigir o sufrágio universal.

 

Depois de sair da prisão nesta segunda-feira (17), onde estava detido desde maio por atos vinculados à revolta de 2014, o ativista se uniu às críticas contra a chefe do Executivo pró-Pequim.

 

"Lam não está mais qualificada para ser a dirigente de Hong Kong", declarou ao sair da prisão, antes de afirmar que ela "deve assumir sua responsabilidade e renunciar".

 

Ao mesmo tempo, a China reiterou nesta segunda-feira (17) que apoia firmemente a chefe de Governo de Hong Kong.

 

"O governo central seguirá apoiando firmemente a chefa do Executivo da Região Administrativa Especial" (Hong Kong), declarou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Lu Kang.

 

Proposta de lei já foi motivo de pedido de desculpas

A indignação provocada pela violenta repressão do protesto de quarta-feira obrigou Lam a pedir desculpas, reconhecendo que "deficiências no trabalho do governo levaram a muitos conflitos e disputas na sociedade de Hong Kong e decepcionaram e provocaram angústia em muitos cidadãos".

 

Joshua Wong anunciou que pretende aderir ao movimento para conseguir a anulação do polêmico projeto de lei.

 

"Agora que saí da prisão, vou unir-me aos habitantes de Hong Kong para fazer oposição a esta diabólica lei de extradição para a China", disse

 

Segundo os críticos, o projeto de lei colocaria a população da ex-colônia britânica à mercê do sistema judiciário da China continental, opaco e controlado pelo Partido Comunista. A comunidade empresarial teme ainda a possibilidade de a reforma prejudicar a imagem internacional e sua atratividade do centro financeiro.

Na manifestação de domingo "tivemos quase dois milhões de pessoas", afirmou Jimmy Sham, representante da Frente Civil dos Direitos Humanos (CHRF). O número representa quase o dobro da participação anunciada no protesto do dia 9 de junho, em uma cidade de 7,3 milhões de habitantes.

 

A polícia divulgou uma estimativa de 338 mil pessoas no momento de maior fluxo.

Na manhã de segunda-feira, centenas de manifestantes bloqueavam uma avenida próxima ao Conselho Legislativo (LegCo), o "Parlamento" local.

 

Depois de algumas horas, os manifestantes deixaram a avenida e seguiram para um parque próximo ao LegCo.

 

"Temos que permanecer aqui até que Carrie Lam mude de opinião", afirmou Candy, 32 anos, que se recusou a revelar seu nome completo.

 

Efeito dos protestos é questionado pelos próprios manifestantes

 

Alguns, no entanto, questionam o efeito real de uma possível renúncia do governo, controlado por Pequim.

 

"O governo chinês enviará outra Carrie Lam e não mudará nada", lamenta Kok, um estudante de 21 anos.

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