A Alemanha repatriou da Síria, pela primeira vez, filhos de combatentes alemães do Estado Islâmico (EI). Quatro crianças foram recolhidas na fronteira entre a Síria e o Iraque, segundo confirmou nesta segunda-feira (19/08) o Ministério do Exterior alemão. Os menores serão devolvidos a familiares que moram no país europeu.
Autoridades curdas entregaram as crianças a funcionários do consulado alemão em Erbil. Os menores devem seguir viagem para a Alemanha assim que receberem atendimento médico. Depois da derrota do Estado Islâmico na Síria, as crianças foram levadas para um campo de refugiados, onde vivam desde então.
De acordo com o porta-voz dos curdos na Síria, Abdel Karim Omar, trata-se de três órfãos, de pai e mãe, e um bebê com uma grave doença. Todos são filhos de cidadãos alemães que militaram nas fileiras da organização terrorista EI.
Segundo a revista alemã Spiegel, as crianças são filhas de alemãs dos estados de Baden-Württemberg e Hessen que morreram no conflito. A mãe do bebê de nove meses é de Berlim e ainda está viva, mas ficou com outros filhos no campo de refugiados e entregou a menina para receber tratamento médico adequado.
De acordo com o jornal alemão Bild, os órfãos são duas irmãs de dois e quatro anos e um menino de sete anos. Os avós das crianças estão em Erbil para acompanha-las na viagem de volta à Alemanha. A Spiegel afirmou ainda que testes de DNA foram realizados para a comprovação da identidade das crianças.
A repatriação de órfãos de alemães que militaram no EI está de debate há meses na Alemanha e até agora o Ministério do Exterior argumentava que não podia atuar por não haver um consulado do país no norte da Síria.
Representantes das famílias afetadas puseram o caso nas mãos da Justiça, que decidiu em julho que as crianças deveriam ser repatriadas. Estima-se que atualmente haja mais de 100 menores, filhos de combatentes alemães, vivendo em campos de refugiados na Síria.
O ministro do Exterior alemão, Heiko Maas, afirmou que o governo está trabalhando sob difíceis condições para repatriar os menores. "Estamos nos empenhando para que outras crianças possam deixar a Síria. Elas não podem ser responsabilizadas pelos atos de seus pais e, por isso, queremos ajuda-las", acrescentou o ministro.
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