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INTERNACIONAL Domingo, 09 de Junho de 2019, 09:33 - A | A

Domingo, 09 de Junho de 2019, 09h:33 - A | A

MASSACRE

Columbine pode ser demolida para evitar novos tiroteios em escolas nos EUA

VEJA

Nos 20 anos desde o massacre da Escola de Ensino Médio Columbine , o prédio se tornou uma macabra atração turística para curiosos e obcecados. Eles viajam de pontos tão distantes quanto o Brasil ou o Japão, esperando caminhar por seus corredores, ver os lockers dos dois atiradores adolescentes. Eles vêm todos os dias, e mais chegam a cada ano.

 

Agora, num esforço para deter as crescentes ameaças contra a escola e reduzir o apelo perverso a copiadores e aos chamados Columbiners, funcionários do colégio propuseram uma ideia radical: demoli-la.

 

"O mórbido fascínio com Columbine tem crescido ao longo dos anos", escreveu Jason Glass, o superintendente das Escolas Públicas do Condado de Jefferson, no Colorado, em uma carta aberta entitulada "Uma nova Columbine?" "Acreditamos que é hora de nossa comunidade considerar uma opção."

 

Funcionários da escola contam que ainda estão nos estágios iniciais de explorar o que fazer, mas uma ideia era derrubar boa parte da estrutura existente e reconstruí-la longe da rua, onde a entrada no complexo fosse melhor controlada e ônibus de turismo não tivessem uma visão fácil. A escola manteria as cores azul e prata, assim como o mascote, Rebels.

 

Seu nome continuaria Columbine.

 

A ideia tem dividido a comunidade dos atuais estudantes, sobreviventes do ataque de 1999 e famílias das vítimas, que compartilham um grande amor pela escola. Também estimulou um debate sobre se escolas, igrejas e outros lugares palco de massacres a tiros podem exorcizar seu legado demolindo os prédios onde a violência ocorreu.

 

— Meu coração diz: "De jeito nenhum" — afirmou Josh Lapp, 36 anos, que estava na biblioteca naquele dia quando dois adolescentes entraram e começaram a atirar. — Não vai mudar nada.

 

Naquele 20 de abril, os dois adolescentes, fortemente armados, mataram 12 alunos e um professor. Eles ainda feriram 24 pessoas, trocaram tiros com a polícia e se suicidaram.

 

Alguns dos sobreviventes dizem que as memórias de dor e cura estão presas às paredes de concreto de Columbine, e que a escola deveria ser preservada. Outros duvidam que os funcionários consigam apagar o peso sombrio do colégio simplesmente o reconstruindo no mesmo local e mantendo seu nome.

 

Na sexta-feira, Ana Lemus-Paiz, 18, que recentemente se formou, disse que a maioria dos estudantes se manifestou contra a ideia de demolição. Ela entre eles. Ana sequer tinha nascido em 1999, quando o massacre aconteceu, mas conta ter participado do processo de cura da comunidade. Enquanto o mundo pode olhar para o prédio e ver a Columbine de 1999, um símbolo de tragédia, a comunidade seguiu em frente.

 

— O prédio é um símbolo de força. Nossa comunidade se uniu para mostrar que somos mais fortes do que o que aconteceu.

 

Para ela, a demolição pouco vai ajudar para deter os visitantes.

 

— Enquanto o nome permanecer, as pessoas continuarão vindo.

 

O 20º aniversário do ataque, em abril, foi uma recordação disso. Foi planejado como um momento de orações, mas em vez disso centenas de escolas no Colorado foram fechadas, enquanto as autoridades procuravam por Sol Pais, uma jovem de 18 anos armada que teria se inspirado no massacre, feito ameaças e deixado a Flórida e viajado para o estado.

 

A nova escola seria construída perto. Uma ideia seria preservar a biblioteca, onde dez estudantes foram assassinados, e transformá-la na parte central de um novo campus.

 

O distrito escolar liberou uma pesquisa online para moradores considerarem uma proposta de alocar US$ 70 milhões para o projeto de construção. Não há prazo especificado para uma decisão ou construção.

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