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INTERNACIONAL Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2019, 13:34 - A | A

Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2019, 13h:34 - A | A

MEDIDA

México instrui embaixadora na Bolívia a deixar o país depois de ordem de presidente interina

G1

REPRODUÇÃO

EMBAIXADORA

 

O governo do México ordenou, nesta segunda-feira (30), que a embaixadora mexicana na Bolívia, María Teresa Mercado, deixasse o país. A medida é para garantir a segurança dela depois que a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, ordenou, também nesta segunda, que Mercado deixasse o país dentro de 72 horas.

 

Além dela, Áñez também ordenou a saída dos diplomatas espanhóis Cristina Borreguero e Álvaro Fernández e de um grupo de funcionários da embaixada da Espanha. De acordo com o jornal espanhol "El País", a Espanha também irá expulsar 3 diplomatas bolivianos de Madri.

 

"Este grupo de representantes dos governos do México e da Espanha prejudicou seriamente a soberania do povo e do governo constitucional da Bolívia", disse Áñez em coletiva de imprensa no palácio do governo boliviano, segundo a agência de notícias EFE.

 

A decisão da presidente interina veio depois que a Bolívia denunciou, na sexta-feira (27), que funcionários da embaixada espanhola tentaram entrar, "encapuzados e presumivelmente armados" e de forma "clandestina", na casa de Mercado. Lá estão cerca de dez ex-autoridades do governo de Evo Morales, segundo a EFE.

 

O gesto foi interpretado pela Bolívia como uma intenção de retirar dali três ex-ministros e outras autoridades que aguardam um salvo-conduto para tentar asilo no México. Segundo a EFE, o México recebeu, no dia 15 de novembro, vários pedidos de asilo em sua embaixada e na casa da embaixadora em La Paz.

 

A ministra interina das Relações Exteriores da Bolívia, Karen Longaric, disse à imprensa que a ordem de saída emitida pelo governo boliviano "não implica a ruptura das relações diplomáticas" com o México ou a Espanha. O gesto, segundo ela, é uma exigência por parte da Bolívia de que os governos desses países credenciem novos funcionários para substituir os que "violaram a soberania e desrespeitaram as normas bolivianas", afirmou.

 

Longaric também afirmou que o governo espanhol não sabia da ação de seus diplomatas.

 

Em nota, o governo mexicano afirmou que a atuação de María Teresa Mercado na Bolívia "sempre cumpriu com os princípios de política exterior consagrados na Constituição Política dos Estados Unidos Mexicanos e no direito internacional", e que, por isso, "considera que essa decisão [do governo de Añez] é de caráter político".

 

O México também informou que a embaixada em La Paz ficará a cargo de Ana Luisa Vallejo, chefe de chancelaria da missão diplomática do país na Bolívia, e que a representação mexicana no país continuará funcionando normalmente.

 

Desgaste entre México e Bolívia

As relações entre México e Bolívia têm sido tensas desde que o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, aceitou conceder asilo político a Evo Morales, ex-presidente boliviano. Depois de abrir mão da presidência, em novembro, Evo deixou a Bolívia, seguiu para o México e, agora, está na Argentina. Jeanine Áñez assumiu, então, o governo boliviano como presidente interina.

 

Na última quinta-feira (26), o México anunciou que acionaria o Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, na Holanda, contra o governo de Áñez. Segundo o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, a vigilância intensificada de agentes bolivianos ao redor da embaixada do país em La Paz configura violação às normas internacionais.

 

O aumento dessa vigilância, que segundo a agência EFE tem agora cerca de 90 agentes da polícia e do exército, começou depois da concessão de asilo a Evo, que tem um mandado de prisão contra ele na Bolívia.

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