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POLÍCIA Terça-feira, 10 de Julho de 2018, 10:19 - A | A

Terça-feira, 10 de Julho de 2018, 10h:19 - A | A

COMPLETOU 20 ANOS

Mães ainda cobram justiça por chacina que matou adolescentes no Beco do Candeeiro

G1-MT

TVCA

Chacina 1998

 

Famílias dos três adolescentes assassinados há vinte anos na Rua 27 de Dezembro, conhecida como Beco do Candeeiro, em Cuiabá, dizem que ainda esperam por justiça.

 

Edgar Rodrigues de Arruda, 12 anos, Adileu Santos, 13 anos, e Reinaldo Dias Magalhães de 16 anos foram assassinados no dia 10 de julho de 1998. Porém, até hoje, ninguém foi responsabilizado pelo crime que tornou-se conhecido como a 'chacina do Beco do Candeeiro' e as mães das vítimas reclamam da sensação de impunidade.

 

Apenas um homem foi julgado - e absolvido - pelo crime: o policial militar Adeir de Souza Guedes Filho. Ele foi denunciado à Justiça cinco anos após as mortes, depois de ter sido reconhecido por vítima que conseguiu fugir, mas foi absolvido pelo Tribunal do Júri no dia 17 de setembro de 2014. O G1 tentou, mas não conseguiu localizá-lo para comentar o caso.

 

TVCA

Escultura Beco do Candeeiro

Escultura criada em memória aos 3 adolescentes mortos na 'Chacina do Beco do Candeeiro', em Cuiabá.

O sofrimento das mães

Mãe de Edgar, Albina Rodrigues de Arruda disse à reportagem que recorda a tragédia com detalhes e que nunca superou a dor da perda do filho.

 

É como se fosse ontem. Lembro do meu filho 24 horas por dia e de como ele gostava de brincar. É triste, nada irá substituí-lo. É um sentimento que carrego na alma, mas ainda espero pela justiça”, afirmou.

 

Segundo Albina, neste ano, o filho dela completaria 35 anos. Ela conta que, após a morte de Edgar, precisou ser forte para consegui criar outros dois filhos.

 

Minha vida teve que continuar. Consegui criar meus outros filhos. Atualmente, eles estão todos casados e têm família, mas sempre me pergunto: 'como ele estaria hoje?'”, questionou.

 

A mesma pergunta é feita pela mãe de Adileu, Maria dos Santos Silva. Ela relatou que ver um crime como esse sem solução após duas décadas é frustrante.

 

É uma injustiça. Ninguém tem direito de tirar a vida de alguém e ficar impune, livre, depois de 20 anos. Espero por justiça, que algo seja feito. Guardamos um filho no coração e, quanto mais o tempo passa, o sofrimento, que é constante, apenas aumenta”, disse.

 

Segundo a mãe de Adileu, eles moravam em Cáceres, a 220 km de Cuiabá, e o filho dela foi assassinado quando veio à capital passar alguns dias.

 

Ele estudava em Cáceres, mas a escola entrou em greve. Adileu estava há uma semana em Cuiabá e ficaria na capital até as aulas retornarem, mas infelizmente aconteceu a tragédia”, lamentou.

 

O G1 não conseguiu contato com a mãe da terceira vítima.

 

Processo na Justiça

Segundo a denúncia feita à Justiça, o PM Adeir Guedes era suspeito de integrar um grupo de extermínio denominado "A Firma".

 

O policialjá cumpriu pena por homicídios cometidos em Poconé e Rondonópolis, a 104 km e 218 km de Cuiabá, respectivamente.

 

De acordo com o advogado Marciano Xavier das Neves, que à época defendeu o PM, o processo transitou em julgado em 22 de setembro de 2014, sem recurso do Ministério Público Estadual (MPE). Segundo ele, o caso foi arquivado no dia 20 de outubro daquele ano.

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