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POLÍTICA & PODER Segunda-feira, 15 de Outubro de 2018, 09:07 - A | A

Segunda-feira, 15 de Outubro de 2018, 09h:07 - A | A

ENTREVISTA DA SEMANA

Carlos Abicalil: “Vamos buscar convencer quem não compareceu às urnas"

Redação

 

Coordenador da campanha do presidenciável petista Fernando Haddad em Mato Grosso, o ex-deputado federal Carlos Abilcalil fala ao Notícia Max sobre as estratégias para conseguir melhorar a votação de Haddad no Estado, que ficou em grande desvantagem ao adversário Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno em MT. Destaca ainda que o presidenciável e sua vice vêm sendo vítimas de fake news, da importância das redes sociais nesse pleito eleitoral, e algumas das principais propostas do partido.

 

Notícia Max - O senhor foi escolhido para coordenar a campanha do presidenciável Fernando Haddad em Mato Grosso. Como recebeu essa missão?

 

Carlos Abicalil – Primeiro com muito gosto, trabalhei com o ex-ministro Fernando Haddad em seu Ministério na Secretaria de Articulação para o Sistema de Ensino, cuidava da relação Estados e municípios, tenho minha filiação partidária com composição histórica dentro do Partido dos Trabalhadores há muito tempo, exerci dois mandatos de deputado federal e esse é um bom desafio para não apenas eu como coordenador, como para nossos militantes e apoiadores, não apenas da nossa aliança nacional, com o PT, o PCdoB e o Pros, como também com apoiadores sem filiação partidária e de outros partidos políticos que tiveram seus candidatos.

 

Notícia Max - Qual a estratégia para reverter a situação vivida no primeiro turno, quando Jair Bolsonaro teve maioria dos votos no Estado?

 

Carlos Abicalil – Em primeiro lugar, considerar que em Mato Grosso as candidaturas do PT nunca chegaram no primeiro turno vitoriosas. A segunda consideração é que nas eleições anteriores, o candidato que saia vitorioso no primeiro turno perdia votos para si mesmo, ou seja, tinha menor votação no segundo turno que no primeiro.

 

Em terceiro, é que nós estamos agora também com mais clareza sobre qual é a estratégia de enfrentamento, porque sobram dois candidatos, não treze candidatos como tínhamos no primeiro turno. Em uma eleição em que os candidatos majoritários em Mato Grosso omitiam sua opinião as qual candidato a presidente da República se vinculavam, uma vez que as coligações estaduais tinham três ou quatro candidatos a presidente diferentes em cada uma delas.

 

A quarta consideração é que há grupos políticos com candidaturas que no passado eram muito vigorosas, como é o caso, por exemplo, do PSDB, do PSB, da Rede Sustentabilidade, que neste ano tiveram desempenho muito abaixo do seus histórico, que seguramente podem ser recuperados e orientados, votos mais reflexivos, para a decisão do segundo turno que é muito mais definitiva que no primeiro turno.

 

A quinta consideração importante, é que também vamos buscar convencer quem não compareceu às urnas. Mato Grosso teve um índice de abstenção, de ausência de votação, maior que o índice nacional, embora o número de votos nulos e brancos tenha sido menor, que é outro público que devemos buscar.

E por último estamos recolhendo agora também o apoio de aliados que no segundo turno querem se manifestar sobre os votos, querem orientar seus eleitores, entre eles os da bancada federal, da bancada estadual já eleitos, que têm maior liberdade, já não tem compromissos com as coligações com as quais estavam vinculados e que desejam se manifestar o seu apoio a Haddad presidente.

 

Notícia Max - Como o senhor analisa essa disputa presidencial?

 

Carlos Abicalil – Seguramente há uma indústria de notícias falsas, já reconhecida pelo Tribunal Superior Eleitoral. Só na véspera da eleição foram suspendidas e cassadas 33 notícias falsas contra Fernando Haddad, e 35 contra Manuela, só para entendermos como está funcionando a desinformação, a má informação e a má fé dos adversários, as fontes dessas notícias são todas de apoiadores da candidatura adversária, e seguramente essa tática busca confundir o próprio eleitor e eleitora.

 

Temos a absoluta convicção que o combate a notícia falsa é fundamental, e nisso tem o papel muito importante não apenas dos meios de comunicação, mas também as redes sociais, particularmente as redes de whatsapp, onde tem funcionado muito essa desinformação, piadas de mau gosto, falsas notícias, inclusive pressões de lideranças religiosas que em lugar de refletirem sobre qual seja a orientação da sua própria convicção religiosa, procuram difamar e desinformar, provocar pânico e temos nas pessoas.

 

Notícia Max - O partido pretende usar ainda mais as redes sociais nesse segundo turno, que se mostrou importante ferramenta nessas eleições?

 

Carlos Abicalil – Sem dúvida nenhuma é uma ferramenta muito importante, até porque as notícias por redes sociais são muito instantâneas, as mensagens são curtas, e diferentemente de eleições anteriores, o eleitor agora está muito mais atento aos títulos, às grandes chamadas, do que a ler programas de governo, a entender o histórico de cada um dos candidatos, a verificar quem realmente é novo na política, quem já tem 30 anos de mandatos sucessivos, e o que fez nesses mandatos sucessivos, e são diferenças fundamentais. Como também conhecer quais são as propostas que estão sendo apresentadas no plano de governo.

 

Eu tenho absoluta convicção de que saber como se gera emprego, que é um problema urgente da população, é fundamental. Expandir as oportunidades de educação desde a primeira infância até a conclusão do ensino superior é mais fundamental ainda. Gerar e valorizar o salário mínimo, o emprego formal com carteira assinada, é essencial.

 

Retomar o acesso ao crédito, para as famílias que já estão endividadas, em ter aí o seu nome limpo no chamado SPC, ou nos sistemas de créditos formais é fundamental.  Retomar os recursos do pré-sal para a soberania nacional é essencial para voltarmos a ter uma indústria pujante e a expansão do emprego. 

 

Valorizar a agricultura familiar, dinamizar o programa de alimentos, que tão bem fez às populações do nosso Estado, particularmente nas pequenas cidades, que vivem fundamentalmente do produto da agricultura familiar. Como também prestigiar, financiar e melhorar as condições de crédito e de câmbio dos grandes produtores que também dinamizam a economia.

 

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