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BRASIL Terça-feira, 26 de Novembro de 2019, 14:18 - A | A

Terça-feira, 26 de Novembro de 2019, 14h:18 - A | A

MINISTRO DA ECONOMIA

Fala de Guedes sobre AI-5 não reflete o que ele pensa e foi 'infeliz', admitem assessores

G1

Olivier Douliery / AFP

 

A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, classificou como “infeliz” a declaração feita pelo chefe nesta segunda-feira (25) sobre o AI-5. Porém os assessores fizeram questão de destacar que a fala não reflete o que o ministro pensa.

 

Guedes disse a jornalistas, em Washington (EUA), para não se assustarem caso alguém peça o AI-5 diante de "quebradeira" nas ruas. Em seguida, ele se corrigiu e disse que a democracia brasileira não admitiria um ato de repressão.

 

Os assessor de Guedes admitem, porém, que esse tipo de declaração gera “confusão” e atrapalha o clima entre Executivo e Legislativo.

 

Nas palavras de assessores, o ministro fez a citação em um contexto em que ele mesmo disse que a volta do AI-5 é vista como “inconcebível”.

 

“O ministro não defende e jamais defenderá a volta do AI-5”, afirmou um auxiliar. Outro assessor disse que foi uma declaração “infeliz”, que não “reflete o pensamento do Paulo Guedes”.

 

A expectativa é que o ministro possa voltar ao tema nesta terça-feira (26), durante sua estada em Washington, para buscar esclarecer o que ele quis dizer.

 

“O ministro só pediu para as pessoas terem mais responsabilidade, evitar clima de radicalização, mas acabou errando na construção do seu pensamento”, afirmou um interlocutor do ministro da Economia.

 

Há menos de um mês, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sugeriu a edição de um novo AI-5 ao falar de uma possível "radicalização da esquerda".

 

Mais tarde, o parlamentar também se retratou e disse que "talvez tenha sido infeliz" na declaração e que não há qualquer possibilidade de um novo AI-5 ser editado.

 

"Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 1960 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando se sequestravam, executavam-se grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta pode ser via um novo AI-5”, afirmou Eduardo na ocasião.

 

O Ato Institucional 5 foi assinado em 1968 e é considerado uma das principais medidas de repressão da ditadura. Entre as consequências dele estão o fechamento do Congresso Nacional, a retirada de direitos e garantias constitucionais, com a perseguição a jornalistas e a militantes contrários ao regime.

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