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BRASIL Quarta-feira, 20 de Março de 2019, 17:58 - A | A

Quarta-feira, 20 de Março de 2019, 17h:58 - A | A

DIPLOMACIA

Tratamento especial na OMC não tem ajudado comércio do Brasil a crescer, diz ministro

Vladimir Netto, TV Globo — Brasília

 

O ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, disse nesta quarta-feira (20) que o status de país em desenvolvimento na Organização Mundial do Comércio (OMC), que dá direito a um tratamento especial e diferenciado nas negociações dentro do organismo, não tem ajudado o Brasil a conseguir incrementar o comércio com o resto do mundo.

 

Na terça (19), durante viagem do presidente Jair Bolsonaro aos EUA, o governo brasileiro anunciou que vai começar a abrir mão do status de país em desenvolvimento na OMC.

 

A medida é uma contrapartida a ao apoio do governo dos EUA, confirmado pelo presidente Donald Trump, para que o Brasil se torne membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o "clube dos países ricos".

 

"Nosso comércio não tem crescido. Temos perdido competitividade. Não tem havido o resultado que justifiquem a permanência nessa situação", disse Araújo durante entrevista em Brasília em que fez um balanço da viagem do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.

 

De acordo com o ministro, o assunto ainda está sendo analisado, mas vai ser implementado.

 

Visto

O ministro também comentou a decisão do Brasil de não pedir visto para entrada no país de cidadãos dos EUA, Canadá, Austrália e Japão. Disse que os dois países seguirão negociando a inclusão de brasileiros no programa de entrada facilitada nos Estados Unidos - que permite a viajantes frequentes passar mais rapidamente pela alfândega.

 

Araújo também informou que o Brasil pensa em ampliar a lista de países cujos cidadãos não terão mais de pedir visto para entrar no Brasil.

 

"O critério é que são países grandes emissores de turistas para o Brasil. Difícil antever o impacto mas vai gerar é extremamente relevante porque o setor é intensivo em mão de obras e gera empregos", afirmou Araújo.

 

Reunião com Trump

O ministro também foi perguntado sobre o fato de não ter participado da conversa privada entre Trump e Bolsonaro no salão Oval da Casa Branca. O filho de Bolsonaro, Eduardo, participou. Ernesto Araújo disse que achou "excelente" a presença do filho do presidente.

 

"Fiquei feliz que ele foi. Achei excelente que ele possa participar dessa conversa. Trabalhamos em equipe", disse o ministro, destacando o fato de que o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, também não estava no encontro.

 

Segundo o ministro, a viagem foi positiva e significa mais um passo na construção de uma nova parceria com os Estados Unidos

 

"A vocação do Brasil é ter um relacionamento de alto nível com os EUA, como um dos principais instrumentos para o Brasil ter o tamanho que pode ter no mundo."

 

Visita ao Chile

Na entrevista, Ernesto Araújo também falou sobre a visita ao Chile, próxima viagem do presidente Bolsonaro. O ministro disse que o principal objetivo da visita é discutir a extinção da Unasul, entidade criada em 2008, durante o governo Lula, que reúne países da América do Sul, e o fortalecimento do Prosul.

 

Sobre a visita de Bolsonaro à Israel, prevista para o fim do mês, Ernesto Araujo disse que - até o momento - não está prevista nenhuma ida a territórios palestinos. E evitou falar da mudança da embaixada brasileira para Jerusalém, promessa do presidente Bolsonaro.

 

Mudança na política externa

O ministro apontou a decisão do governo americano de apoiar a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE) que reúne países desenvolvidos, e considerar o país um grande aliado extra-OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) como aspectos positivos da visita de Bolsonaro aos EUA.

 

"O Brasil precisava aderir aos dois grandes instrumentos do Ocidente, que é o braço econômico que é a OCDE e o braço militar, de segurança, que é a OTAN", disse Ernesto Araújo.

 

Para o ministro, a entrada do Brasil na OCDE e se tornar um aliado extra-OTAN dos Estados Unidos é o começo de uma mudança na política externa brasileira.

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