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ESPORTE Terça-feira, 10 de Setembro de 2019, 17:00 - A | A

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SPORTV

Resultado analítico adverso para nadadora paralímpica do Brasil no Parapan

Globo esporte

REPRODUÇÃO

NADADORA

 

PanAm Sports deve anunciar em breve o primeiro caso de doping do Brasil nos Jogos Parapan Americanos de Lima. É da nadadora Patricia Pereira do Santos que testou positivo para duas substâncias em teste realizado durante a competição.

 

Patricia que é classe S4 foi medalha de prata nos 50 metros nado livre e bronze nos 100 metros nado livre classe S5 e abandonou a competição assim que o resultado foi identificado. Ela também estava escalada para disputar o Campeonato Mundial em Londres, mas retornou ao Brasil junto com seu treinador.

 

Capixaba, 41 anos de idade, Patricia é tetraplégica resultante de um tiro que levou em um assalto. A nadadora já identificou o motivo do teste positivo e reconhece que fez um procedimento com uma esteticista local antes da disputa do Parapan. A própria profissional também já identificou a presença das substâncias no material utilizado para o procedimento.

 

O CPB agiu de forma correta ao desligar a nadadora da delegação do Parapan e do Mundial de Londres e acompanha o processo de defesa da atleta.

 

Patricia divulgou uma nota oficial sobre o caso:

 

Patrícia Pereira dos Santos - Atleta Paralímpica da Natação.

 

Sou atleta paralímpica desde 2009, quando iniciei minha carreira de maneira modesta na natação, porém já buscando desde o início me dedicar ao máximo àquilo que eu havia escolhido. Conquistei degrau a degrau muitas vitórias e em 2016, atingi o ápice da vida de um atleta de alto rendimento ao conquistar uma medalha de Prata nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. Com essa conquista, muitas competições e convocações para a Seleção Brasileira começaram a ocorrer e, também, o aumento da exigência no nível de treinamento.

 

Faltando apenas 1 ano para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, estava preparada para disputar duas importantes competições seguidas: Jogos Parapanamericanos de Lima 2019 e o Mundial de Londres. Contudo, no dia 29 de agosto, ainda em Lima, fui notificada com a pior notícia que um atleta poderia receber: constataram que o meu exame antidoping possuía duas substâncias proibidas.

 

Minha primeira reação ao saber foi de total descrença, tendo em vista meu zelo de não aceitar qualquer comprimido ou líquido que não fosse os prescritos pela equipe multidisciplinar. E outra, porque meu tempos na competição foram longe dos meus recordes pessoais, mostrando que não estou sob efeito de nada que possa me beneficiar. Sou uma pessoa tetraplégica com limitações físicas e faço uso contínuo de medicamentos prescritos e que sempre foi muito preocupada com meu corpo, minha imagem e, principalmente, sempre muito bem orientada pelo meu treinador e equipe multidisciplinar. Estou sempre alerta sobre o cuidado que eu deveria ter com as demais atividades que fazia fora do treinos específicos de natação, contudo, para manutenção da minha performance, tenho uma série de outras atividades, procedimentos e orientações de profissionais nos quais tenho muita confiança.

 

Sempre prezei pela idoneidade e, nesse período como atleta no nível que atingi, já passei por aproximadamente cinco exames antidoping em mundiais, Jogos Paralímpicos e competições internacionais. Sempre fiz isso de maneira tranquila, por saber da minha honestidade e das pessoas que me cercam. Fiquei inconformada e ao

 

buscar os motivos dessa impactante notícia que caiu sobre mim às vésperas de disputar a minha principal prova no Parapan de Lima, lembrei que fiz, de maneira ingênua, impensada e particular, com uma esteticista que não compõe minha equipe de profissionais, um procedimento de drenagem linfática dias antes de meu embarque para o Peru. Procedimento nada invasivo que para qualquer outra pessoa seria apenas um procedimento estético, mas para mim provavelmente tenha sido o motivo desse contratempo devido ao uso de chás, óleos e outras substâncias de uso tópico.

 

Estamos analisando criteriosamente cada componente usado e de maneira preliminar, tudo aponta para essas substâncias usadas pela esteticista, e ou uma reação associada aos medicamentos que utilizo em função da minha deficiência. Essa pode ser a explicação das substâncias encontradas no teste.

 

Mas agora não é hora de procurar culpados e sim respostas.

 

Peço desculpas a todos que torceram por mim: família, amigos, toda minha equipe, treinador, meu clube, patrocinadores e aos outros profissionais que me assistem de maneira tão cuidadosa.

 

Mas acima de tudo, peço um voto de confiança.

 

A Patrícia que aqui assina, jamais faria algo para levar vantagem de maneira desonesta.

 

Não utilizei e jamais concordarei em utilizar de maneira proposital qualquer substância que possa me beneficiar ilegalmente.

 

Neste momento, estou muito abalada e buscando os caminhos legais para que as respostas sejam encontradas e para que eu consiga provar que os componentes ilegais eram de baixíssimos níveis e comprovar que não houve má fé. Vou continuar firme e forte em busca da tão sonhada medalha nos Jogos de Tóquio 2020.

 

Não desistirei enquanto a verdade não aparecer e minha credibilidade seja reconquistada.

 

Peço a compreensão de todos em respeitar minha privacidade pois só haverá qualquer tipo de pronunciamento de minha parte e equipe técnica, assim que o processo for concluído.

 

NOTA DO BLOG:

 

Este, se confirmado, será o primeiro caso de atleta com doping da natação paralímpica do Brasil. Mesmo que comprovada a inocência de Patricia, por ser um doping involuntário, o que pega no seu caso é a negligência que o Código da WADA coíbe para os atletas de alta performance. Em caso de comprovar a sua inocência, e seja punida apenas por negligência, a tendência é de suspensão por um ano, o que, determinaria a perda da disputa dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.

 

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