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CULTURA Terça-feira, 29 de Maio de 2018, 09:42 - A | A

Terça-feira, 29 de Maio de 2018, 09h:42 - A | A

SUCESSO INFANTIL

Em junho, “Achadouros – Teatro para Bebês” chega em MT

Redação

Diego Bresani

Achadouros

 

Sucesso junto ao público infantil, “Achadouros – Teatro para Bebês”, foi concebido especialmente para bebês de 6 meses a 3 anos de idade. Em Mato Grosso, o espetáculo entra em cartaz no mês de junho, com apresentações nos dias 09 e 10, em sessões às 16h e 19h, no Salão Social do Sesc Arsenal.

 

Logo, segue para Chapada dos Guimarães, com duas apresentações no dia 12 de junho, no CMEI Magia do Saber.

 

A entrada é gratuita.

 

No caso do Sesc Arsenal, o ingresso deve ser retirado com, no mínimo, uma hora de antecedência.

 

Com fomento do Fundo de Apoio à Cultura, da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, as apresentações fazem parte do projeto de circulação do espetáculo pelo Centro-Oeste e traça percurso emblemático partindo do DF (Brasília, Santa Maria, Recanto das Emas e Samambaia), passando por Goiás (Formosa e Anápolis), e seguindo até Mato Grosso.

 

A propósito, Cuiabá é a cidade onde nasceu o poeta que inspirou o projeto, Manoel de Barros. Livremente inspirado em seu livro Memórias inventadas – para crianças, o espetáculo Achadouros – Teatro para Bebês é resultado de um trabalho autoral colaborativo entre o diretor José Regino e as atrizes Caísa Tibúrcio e Nara Faria.

 

De acordo com a equipe de criação, o espetáculo propõe uma releitura da poesia elíptica de Manoel de Barros, traduzindo as palavras em formas, imagens e sons.

 

São bichos e paisagens primárias, brutas, traçadas com incompletude, em formas amorfas, abertas ao silêncio como a obra do poeta inspirador.

 

As atrizes e o diretor ressaltam que a “poesia manoelística” foi essencial para a criação de um espetáculo direcionado para a primeira infância, poiscomo nos lembra Manoel de Barros as crianças estão em “estado de poesia”.

 

O próprio poeta declarava que “só teve infância” quando explanava sobre o olhar criativo e inventivo que sua poesia propõe.

 

Os bebês como os poetas estão em estado latente de maravilhamento e expansão do olhar, quando a linguagem e o corpo estão ainda brincando na sua formação” completa a atriz Caísa Tibúrcio.

 

Cenário: um mundo invisível e mágico

 

O público é convidado a se aventurar com as atrizes em seu “quintal imaginário”. Num pequeno cercado de madeira, envoltas em mais de 4 mil sacolas plásticas que compõem o cenário de Chico Sassi, as atrizes conduzem os espectadores a uma arqueologia das memórias da infância e apresentam a cada um a possibilidade de escrever sua própria história.

 

Achadouros – Teatro para Bebês transforma aquilo que está jogado no quintal em matéria poética, buscando o inefável, a atmosfera e a natureza do poeta. 

 

Por meio de encenação poético-teatral e da exploração da linguagem não verbal, a peça propõe uma reflexão sobre a chegada do ser humano ao mundo e sobre sua capacidade transformadora e criativa.

 

Na peça, as atrizes trabalham o conceito de “ressignificação” dos objetos cotidianos, transformando as inúmeras sacolas de plástico branco que compõem o cenário em galinhas, cachorros, peixes, caramujos e até borboletas.

 

Estes podem ganhar vida como tais figuras ou assumir o papel de água do mar, do rio ou do lago.

 

Em nosso trabalho, a ressignificação das sacolas plásticas é uma reflexão sobre a necessidade de reavaliação de uma cultura pautada no consumismo descartável. Seu uso massivo no cenário remete ao exagero e à banalização na relação com os materiais industrializados”, afirmam Caísa Tibúrcio e Nara Faria.

 

A palavra achadouros é título de uma poesia de Manoel de Barros em que ele esclarece que essa é a expressão dada a baús com ouro enterrados pelos holandeses no Brasil, e na qual ele se coloca como “…um caçador de achadouros de infância. Vou meio dementado e enxada às costas a cavar no meu quintal vestígios dos meninos que fomos” (BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003).

 

Assim a montagem remete às lembranças da infância, às memórias inventadas e vividas, aos “achadouros de infância”. Em cena, as descobertas acontecem dentro de um universo que é a própria metáfora da vida, com o nascimento, encontros e frustrações.

 

Ao mesmo tempo, a dramaturgia traz à tona o mundo invisível e mágico, que extrapola a consciência cotidiana e ingressa no campo das sensações e emoções comuns à humanidade.

 

Imersão no universo infantil

 

Durante o processo de criação, os idealizadores estudaram e mergulharam no universo infantil em visitas a uma creche. O resultado desse aprendizado foi essencial para a montagem.

 

A primeira infância é um lugar onde o jogo poético surge de brincadeira. Nela, encontramos fecundo material para o ‘fazer artístico’, pois, nessa fase, o espanto com as coisas ‘óbvias’ da vida é evidente”, afirma José Regino.

 

O diretor traz, em sua bagagem, a experiência de outros projetos teatrais para crianças da primeira infância e bebês, como Panapanã e Alma de Peixe. 

 

Em Achadouros – Teatro para Bebês, a dramaturgia é evocativa e provocativa. Os elementos cênicos utilizados possibilitam uma recepção aberta, em que os signos evocam a diversidade das experiências cotidianas de bebês, crianças e adultos.

 

As personagens/figuras permitem a comunicação com o público a partir dos gestos e de músicas originais executadas à capela, fazendo com que cada um compreenda a narrativa a partir de suas próprias referências e de sua criatividade.

 

Enquanto isso, a encenação em várias camadas incita o espectador a elaborar uma fábula única, afastando-o da condição de um mero receptor de informações e auxiliando-o a se tornar um co-criador da obra.

 

 

Duração: 30 minutos

Classificação indicativa: Livre

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