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INTERNACIONAL Terça-feira, 21 de Janeiro de 2020, 14:37 - A | A

Terça-feira, 21 de Janeiro de 2020, 14h:37 - A | A

ALERTA

Mortes por coronavírus sobem para 6 na China e OMS vê risco da doença atingir outros países

O Globo

Nicolas Asfouri / AFP

 

O número de mortos pelo surto de coronavírus na China subiu para seis nesta terça-feira. Autoridades relataram um aumento em novos casos, com receios de que a cifra de infecção aumente ainda mais com as viagens de centenas de milhões de pessoas para o feriado do Ano Novo Lunar.

 

Autoridades confirmaram que o novo vírus misterioso pode se espalhar entre humanos e disseram que 15 pessoas de equipes de saúde já foram infectadas, alimentando temores sobre uma pandemia internacional e levando as autoridades aeroportuárias do mundo todo a intensificar a triagem de viajantes da China.

 

A mais recente atualização sobre o surto que começou na cidade de Wuhan, no centro da China, causou arrepios nos mercados financeiros, e a Organização Mundial da Saúde convocou uma reunião para quarta-feira para avaliar a declaração de uma emergência internacional de saúde.

 

A Comissão Nacional de Saúde da China colocou o número de casos confirmados em 291 até o final de segunda-feira, mas províncias forneceram informações mais atualizadas nesta terça-feira, mostrando uma expansão geográfica.

 

Wuhan, capital da província de Hubei, confirmou 258 casos e seis mortes, disse o prefeito Zhou Xianwang à televisão estatal chinesa na terça-feira.

 

As autoridades de saúde da China informaram que outros 14 casos foram registrados na província de Guangdong, no sul, cinco na capital Pequim e outros dois em Xangai até o final da segunda-feira.

 

Mas nesta terça-feira foi confirmado que o vírus se espalhou para mais partes do país, com a província de Zhejiang, no leste, relatando cinco casos, e a cidade de Tianjin, no norte, outros dois.

 

— As informações sobre infecções relatadas recentemente sugerem que agora pode haver transmissão humano a humano — disse o diretor regional da OMS para o Pacífico Ocidental, Takeshi Kasai, em comunicado.

 

O alarme trouxe de volta as lembranças da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), outro coronavírus que surgiu na China em 2002/2003, resultando na morte de quase 800 pessoas em uma pandemia global.

 

Dois casos já foram identificados na Tailândia, um no Japão e um na Coreia do Sul, enquanto as Filipinas relataram na terça-feira seu primeiro caso suspeito.

 

OMS em alerta

Taiwan, ilha reivindicada pelo governo de Pequim, também confirmou seu primeiro caso, uma mulher que retornou de trabalho em Wuhan, na terça-feira. O território, que tem estreitos vínculos econômicos e pessoais com a China comunista, apesar das tensões políticas entre os dois lados, estabeleceu na segunda-feira um centro de comando de reação a epidemias para coordenar a resposta da ilha ao vírus.

 

Mais de 1.000 leitos de isolamento foram preparados, caso o vírus se espalhe ainda mais. A crescente preocupação foi transmitida aos mercados financeiros. O iuan caiu 0,6% em relação ao dólar, maior queda diária desde 26 de agosto de 2019, enquanto as ações de companhias aéreas e viagens caíram em toda a região.

 

As ações europeias também caíram devido às crescentes preocupações sobre o impacto do surto, com as empresas de artigos de luxo particularmente afetadas por temores com a demanda mais fraca de consumidores chineses.

 

O vírus pode causar pneumonia, com sintomas como febre e dificuldade em respirar. Como esses sintomas são semelhantes a muitas outras doenças respiratórias, é necessária uma triagem extra.

 

A origem do vírus ainda não foi identificada, mas a fonte primária é provavelmente animal, de acordo com a OMS. As autoridades chinesas vincularam o surto a um mercado de frutos do mar em Wuhan.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também informou, nesta terça-feira, que o novo coronavírus descoberto na China provavelmente se espalhará para outras partes do país e possivelmente para outros países nos próximos dias.

 

"Mais casos devem ser esperados em outras partes da China e possivelmente em outros países nos próximos dias", disse Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS.

 

Até agora, na China, o vírus estava concentrado principalmente na cidade de Wuhan, embora casos isolados também tenham sido relatados em Xangai e Pequim.

 

Precaução na Austrália

Autoridades de saúde da Austrália também anunciaram nesta segunda-feira que farão uma triagem entre os passageiros que desembarcarem em aeroportos do país na terça-feira. Brendan Murphy, principal assessor do ministro da Saúde australiano, afirmou que a tarefa será incumbida a agentes de biossegurança e valerá para os três voos semanais que chegam de Wuhan a Sydney.

 

Os passageiros também receberão um panfleto orientando a procurarem o sistema de saúde caso sintam febre ou suspeitem que tenham contraído a doença. Murphy ponderou, no entanto, que as medidas são apenas preventivas.

 

— Não há como prevenir a propagação da doença no país. O período de isolamento é, provavelmente, de uma semana. É necessário identificar pacientes de risco alto e ter certeza de que tenham atenção médica — explicou o assessor a jornalistas em Canberra.

 

Murphy disse, ainda, que a triagem não centrará esforços em passageiros que apresentarem temperatura corporal elevada. A medida, utilizada no combate à Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) entre 2002 e 2003, se mostrou ineficiente, concluíram estudos posteriores.

 

O surto causa alarme, por seu vínculo com a SARS, que matou 349 pessoas na China continental e outras 299 em Hong Kong, no período 2002-2003.

 

Cerca de 160 voos chineses chegam à Austrália a cada semana. O país asiático lidera a lista de turistas em território australiano: no ano passado, um milhão de cidadãos da China passaram pela Austrália. Além disso, o fluxo de viajantes de aumentar em decorrência do feriado do Ano Novo chinês, que começa nesta semana.

 

O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, procurou tranquilizar a população.

 

"Nós estamos bem preparados para responder a essa situação e continuaremos a monitorar e tomar ações necessárias", publicou o premier no Twitter.

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