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INTERNACIONAL Quinta-feira, 25 de Abril de 2019, 14:13 - A | A

Quinta-feira, 25 de Abril de 2019, 14h:13 - A | A

CANDIDATURA

Biden se lança pré-candidato como o anti-Trump

VEJA

O lançamento da pré-candidatura do ex-vice-presidente Joe Biden, nesta quinta-feira, 25, era esperado, mas o tom causou alguma surpresa. O anúncio veio num vídeo de 3 minutos e meio, mais da metade dele dedicado ao mais grave incidente racial do governo de Donald Trump. Biden começa de referindo aos distúrbios de Charlottesville, no estado de Virgínia.

 

Em agosto de 2017, nacionalistas brancos entraram em choque com manifestantes que protestavam contra racismo e antissemitismo. Um dos nacionalistas acelerou um carro contra os manifestantes e matou uma jovem. Numa reação inicial que chocou até seus defensores, Trump disse que “havia gente muito fina” dos dois lados do distúrbio. O presidente voltou atrás a contragosto, dias depois, mas o incidente passou a simbolizar a associação do trumpismo ao ressurgente extremismo da supremacia branca nos EUA.

 

Charlottesville foi, Biden diz no vídeo, o momento de maior ameaça à nação que testemunhou em sua vida. Ele afirma que, quando a história se voltar para os quatro anos sob Trump, eles serão vistos como uma aberração. “Se dermos a Donald Trump oito anos na Casa Branca,” Biden continua, “ele vai alterar para sempre e fundamentalmente o caráter desta nação.” O vídeo usa imagens icônicas como a estátua da liberdade, a vitória na II Guerra, o pastor Martin Luther King e conclui com um apelo para os americanos se lembrarem de quem são.

 

Ao tentar definir o caráter do país como tudo o que Trump não é, Biden estava também enviando uma mensagem ao Partido Democrata, que já tem pelo menos 17 pré-candidatos para eleição de 2020: só eu posso derrotar Trump. Há meses, o ex-vice-presidente lidera, não só as pesquisas sobre os pré candidatos, mas também as que incluem a pergunta “capaz de derrotar Trump?”

 

Trump reage

Os estrategistas da campanha de reeleição do presidente se preocupam com Biden há meses porque ele é muito popular entre eleitores que podem despachar Trump de volta para sua cobertura na 5ª Avenida, em Manhattan. São os brancos do Meio Oeste industrial, trabalhadores que sofreram com a globalização. E o presidente deixou claro que vê no ex-vice-presidente um adversário temível, logo sapecando nele um apelido. “Bem-vindo à corrida, Joe Sonolento,” escreveu, num tuíte, o presidente de 72 anos, tentando fazer troça da idade de Biden, 76. “Só espero que você tenha a inteligência, há muito tempo sob dúvida, de fazer uma campanha bem sucedida nas primárias. Vai ser sujo – você vai lidar com gente que verdadeiramente tem algumas ideias muito doentes e dementes. Mas, se chegar lá, vejo você no portão de largada.”

 

Fator Obama

Esta é a terceira vez que Biden lança uma pré-candidatura. Ele tentou em 1988 e enfrentou um mini-escândalo por fazer um discurso que plagiava outro, de um político trabalhista britânico. E fez uma curta campanha em 2008, quando acabou escolhido vice na chapa de Obama. Sabe-se que Obama pediu a Biden para não desafiar a candidatura de Hillary Clinton, em 2016, e que o novo pré-candidato democrata expressou amargura pela decisão, quando Clinton perdeu. Obama é imensamente popular e avisou que não vai endossar ninguém até as primárias eleitorais definirem um vencedor. Depois do anúncio, Biden pegou um trem de Washington para seu estado, Delaware e, ao saltar, disse que pediu a Obama para não endossá-lo.

 

Mas Obama vai ser referência inevitável na campanha Biden, não só pelo contraste com o estilo Trump, mas também por questões como Obamacare. Sob Trump, mais de um milhão de americanos perderam acesso ao seguro saúde que os democratas passaram sob Obama. É intrigante a guerra que os republicanos continuam a travar para desmantelar o Obamacare, quando o seguro saúde é a maior preocupação do público e foi um fator para devolver aos democratas a maioria na Câmara na eleição de novembro passado.

 

100 mil dólares por dia

Se, há meses, a entrada de Biden na corrida era tida como inevitável, a vitória nas primárias não é. Ao contrário da disputa, em 2016, concentrada em Hillary Clinton e Bernie Sanders, 2020 traz o grupo mais diverso de pré-candidatos apresentados e entre eles há políticos atraentes para os grupos demográficos mais importantes para o partido, mulheres, minorias e jovens. Comentaristas políticos americanos têm repetido a pergunta: pode um homem branco de 76 anos anos unir o Partido Democrata?

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