Cuiabá, 26 de Abril de 2024
Notícia Max
26 de Abril de 2024

INTERNACIONAL Segunda-feira, 15 de Julho de 2019, 10:15 - A | A

Segunda-feira, 15 de Julho de 2019, 10h:15 - A | A

PARLAMENTO

Grupos de esquerda na Espanha rompem e incerteza política aumenta

Agencia EFE

Pierre-Philippe Marcou/ AFP

 

O presidente interino da Espanha e candidato à reeleição, o socialista Pedro Sánchez, deu por encerradas nesta segunda-feira (15) as negociações para formar uma maioria no Parlamento com a frente esquerdista Unidos Podemos (UP).

 

Sánchez e o dirigente do UP, Pablo Iglesias, não chegam a um acordo.

 

O fracasso na tentativa de formar um grupo único de partidos de esquerda aumenta a incerteza em torno do debate de posse, previsto para a próxima semana no Congresso.

 

As eleições aconteceram há quase três meses, em 28 de abril. O Partido Socialista (PSOE) de Sánchez saiu vencedor, mas sem maioria para governar sozinho. Ele precisa se coligar com outros, mas a pulverização dos votos tornou a negociação mais difícil.

 

O Congresso estará mais dividido que em qualquer outro momento dos últimos 40 anos.

 

O PSOE ganhou as eleições de abril com 123 cadeiras em um Congresso de 350 deputados, razão pela qual Sánchez necessita fazer alianças para continuar como presidente do governo. Um eventual pacto com o UP (42 deputados) também não é suficiente.

 

Desde a eleição, as discussões entre Sánchez e Iglesias se centraram na tentativa do primeiro em configurar um Executivo com apoio do UP e outros pequenos partidos regionalistas e nacionalistas, enquanto o líder do Podemos insiste em fazer parte de um governo de coalizão.

 

Sánchez enfatizou nesta segunda que o interesse de Iglesias é conseguir ministérios ao invés de pactuar primeiro um programa governamental com medidas de esquerda.

 

O debate no Congresso para confirmar Sánchez como chefe do governo começará na segunda-feira, 22 de julho, e a primeira votação será um dia depois.

 

Caso o líder socialista não seja eleito por maioria absoluta (176 votos), haverá uma segunda votação no dia 25, na qual será necessária apenas uma maioria simples (mais sim do que não).

 

Se persistir o bloqueio, a Espanha poderá ser ver obrigada a realizar uma repetição das eleições, o que provavelmente seria marcado para novembro.

 

Para Pedro Sánchez, líder do Podemos rompeu negociações

Para o líder socialista, o dirigente do UP, Pablo Iglesias, rompeu de maneira unilateral as negociações que aconteciam há semanas.

 

Iglesias disse ter considerado uma idiotice a última proposta de Sánchez, que era a de incluir em um futuro governo pessoas da órbita do Podemos, mas mantendo a rejeição a uma coalizão.

 

O Podemos lançou na sexta-feira (12) uma consulta em suas bases para tentar determinar o grau de apoio a um pacto com os socialistas.

 

Sánchez não ficou satisfeito com essa consulta, pois não leva em consideração a última oferta que ele fez ao Podemos.

 

Segundo o chefe do governo interino, a única coisa que Iglesias pretende é justificar seu voto negativo junto com a extrema-direita no debate de posse da próxima semana, igual quando o Podemos votou contra Sánchez na posse de março de 2016 e permitiu que o conservador Mariano Rajoy continuasse como presidente do Executivo.

 

Presidente da Espanha não tem opções de negociação para formar maioria

Sánchez deve tentar pactuar com o Unidos Podemos porque a outra opção hipotética, os liberais dos Ciudadanos, disseram desde o princípio que não negociariam com os socialistas e, em governos regionais e câmaras municipais, preferiram pactuar com o PP e o ultradireitista Vox.

 

Fontes do Unidos Podemos mostraram surpresa pelas declarações de Sánchez e defenderam a consulta interna às suas bases por motivos de "saúde democrática".

 

Por sua vez, o chefe do governo interino apelou de novo para que PP e Ciudadanos se abstenham na próxima semana, já que a opção de Sánchez é a única que pode ter sucesso, uma vez que os três partidos de direita estão longe da maioria.

 

No entanto, esse pedido voltou a ser ignorado. O secretário-geral do PP, Teodoro García, disse que sua legenda mantém o "não a Pedro Sánchez" e que está "preparada" para novas eleições.

 

Por sua vez, o secretário-geral do Ciudadanos, José Manuel Villegas, considerou preocupante que Sánchez não tenha alcançado "nem um voto a mais" desde que ganhou as eleições há quase três meses, razão pela qual criticou "a atitude" do líder socialista e pediu que negocie com o UP.

 

O país já viveu essa situação depois dos pleitos de dezembro de 2015, nos quais o conservador Partido Popular (PP) ganhou, mas não conseguiu maioria suficiente para formar um governo e foi preciso repetir as eleições em junho de 2016.

CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.

0 Comentários