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06 de Maio de 2024

OPINIÃO Sábado, 02 de Dezembro de 2023, 08:45 - A | A

Sábado, 02 de Dezembro de 2023, 08h:45 - A | A

ALECY ALVES

Plenitude

 Não para nos mostrarmos fortes, mas para nos fortalecer para o que está por vir

Alecy Alves

Entendo a plenitude como um sentimento utópico. Dito isto, demanda uma explicação.

 Receber o diagnóstico quase que definitivo de uma doença grave.

 Ter os pedidos de exames pré-cirúrgicos em mãos e a biopsia agendada mais para estabelecer a proporção e a data do ato cirúrgico do que para ratificar o diagnóstico é algo assustador.

 Balança nosso modo de viver e nos remete a reflexões infinitas.

Desesperar não vejo como opção. Seguir a vida, sim, é mais que uma necessidade.

 Não para nos mostrarmos fortes, mas para nos fortalecer para o que está por vir.

 Não questionar “por que comigo?”, acho, se torna um exercício que nos faz consciente sobre quem somos nesse planeta de 7,8 bilhões de habitantes. Iguais, suscetíveis, vulneráveis...

 Portanto, não privilegiados pela sorte ou pela proteção Divina por termos mais dinheiro, fé ou orarmos mais.

 Quando novos exames contrariam a mesma medicina que apontou o “altamente suspeito” para tal doença e justificou a agilidade da decisão da cirurgia, excluindo até a biópsia, um sentimento de felicidade quase que plena invade nosso coração.Inunda nosso ser reafirmando o que já sabemos, mas, reconheçamos, não damos a devida importância e valor.

 Saúde é, sim, nosso bem maior.

 A morte é certa, porém, até esse fim a busca pela saúde e o bem-estar do corpo e da mente deveriam ser aquilo que nos guia.

 Todavia, na noite em que descansaria a cabeça sobre o travesseiro em regozijo, em grande satisfação, fui vencida pelo cansaço de um dia de inquietudes e muita tristeza.

 O que pensar ou dizer sobre um “ser” capaz de praticar tamanha atrocidade como a que testemunhamos bem aqui, no município de Sorriso?

 Pelas vítimas, a dor nos afeta real, no corpo e na alma, imaginando o sofrimento pelo qual passaram.

 Mãe e filhas mortas de maneira atroz, sem chance de defesa.

 E o pai, distante a milhares de quilômetros sendo informado dessa atrocidade.

 Quanto sofrimento imposto!

 Em outros cantos longínquos, assistimos guerras com semelhanças extremistas da disputa por território.

 Ucrânia X Rússia, Israel X Hamas/Palestina...

 Inocentes, adultos e crianças morrendo e outros sendo mutilados no meio de uma busca vaidosa de poder e controle político.

 Portanto, além de estarmos permanentemente suscetíveis às fragilidades humanas, em meio a tantas malignidades, o estado de alegria repleta, mesmo de curta duração, é utópico.

 Alecy Alves é jornalista e bacharel em Serviço Social.

 

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