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POLÍCIA Terça-feira, 18 de Junho de 2019, 12:00 - A | A

Terça-feira, 18 de Junho de 2019, 12h:00 - A | A

ASSEPSIA

Imagens recolhidas pela GCCO confirmam participação de servidores em facilitar entrada de celulares

Rayane Alves

As imagens das câmeras de segurança da Penitenciária Central do Estado (PCE) que foram recolhidas pela equipe da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) constataram que o diretor da unidade, Revetrio Francisco da Costa, sub diretor Reginaldo Alves dos Santos e ainda os policiais militares estão de fato envolvidos em facilitar a entrada de aparelhos celulares na unidade.

 

gcco

 

As informações foram confirmadas durante entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (18), na sede da Polícia Civil.

 

De acordo com informações do delegado responsável pelas investigações, Frederico Murta, o próximo passo das investigações é saber qual era a função de cada um dos envolvidos para que eles sejam autuados pelos crimes.

 

Além dos servidores, dois integrantes do Comando Vermelho também foram detidos. As 15 ordens judiciais foram expedidas pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá.

 

As investigações começaram após o dia 6 de junho, quando 86 aparelhos celulares, dezenas de carregadores, chips e fones de ouvido foram apreendidos.  Todo o material estava acondicionado dentro da porta de um freezer, que foi deixado naquela unidade para ser entregue a um dos detentos.

 

Equipes da GCCO estiveram na PCE e verificaram que não havia nenhum registro de entrada ou sequer informações acerca da entrega do referido eletrodoméstico. 

 

Diante dos fatos e da inconsistência das informações, todos os agentes penitenciários presentes foram conduzidos até a Gerência e questionados sobre os fatos. No mesmo dia, a autoridade policial determinou a apreensão das imagens do circuito interno de monitoramente da unidade, que foram extraídas por meio da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

 

Por meio dos depoimentos, da análise das imagens e conteúdo de aparelhos celulares apreendidos e ainda, da realização de diversas diligências, foi possível identificar e comprovar de maneira robusta, que três policiais militares, dentre eles um oficial de carreira, foram os responsáveis pela negociação e entrega do freezer recheado com os celulares.

 

Com a ciência do diretor e do subdiretor da unidade, os militares enviaram o aparelho congelador que era destinado a um dos líderes de uma facção criminosa atuante no Estado.

 

Ao longo das investigações, a Polícia Civil conseguiu comprovar que nomesmo dia, duas horas antes do freezer ser interceptado, os três militares e os diretores da unidade, participaram de uma reunião a portas fechadas com o preso líder da organização criminosa, por mais de uma hora, dentro da sala da direção. "Toda a dinâmica dos fatos foi registrada pelas imagens da unidade prisional”, aponta o relatório da investigação.

 

No decorrer das investigações, ficou constado ainda que o veículo utilizado para a entrega do freezer, na unidade, pertence a outro reeducando, que também é considerado uma das lideranças da mesma facção. Esse reeducando divide cela com o destinatário do equipamento.

 

Além das prisões preventivas dos servidores públicos e dos líderes da facção criminosa, serão cumpridas medidas de busca e apreensão nas dependências da Penitenciária Central do Estado.

 

O inquérito será concluído nos próximos 10 dias. Os investigados poderão responder pelos crimes de integrar organização criminosa, corrupção passiva e ainda por facilitação de entrada de celulares em estabelecimento prisional. 

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