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26 de Abril de 2024

POLÍTICA & PODER Segunda-feira, 20 de Agosto de 2018, 09:32 - A | A

Segunda-feira, 20 de Agosto de 2018, 09h:32 - A | A

ENTREVISTA DA SEMANA

Arthur Nogueira: “Entendo que a sociedade precisa ter uma opção com base nas pessoas que são honestas”

Redação

 

O policial rodoviário federa Arthur Nogueira, é candidato ao Governo do Estado pelo partido Rede Sustentabilidade, e entrevista ao Notícia Max fala sobre os principais pontos do seu plano de governo, explica o porquê de ter entrado na política e já disputar um cargo majoritário, e diz ser favorável a taxação do agronegócio.

 

Notícia Max – O senhor é um nome novo na política, e já disputa o Governo do Estado. Por que colocar seu nome já em uma disputa majoritária?

 

Arthur Nogueira – Diga-se de passagem, bem novo. Me filiei na última semana que era o prazo para quem quisesse ser candidato esse ano, por entender que não só Mato Grosso, mas o Brasil está passando por esse momento em que a sociedade precisa ter alguma opção, e opção com base nas pessoas que são retas, que não estão envolvidas na corrupção, nas pessoas que têm preparo, e quando digo preparo são pessoas que conhecem da administração pública.

 

É muito importante que o gestor público saiba o que é realmente administração pública e esteja preparado para isso. Eu vivo a administração pública há 24 anos enquanto servidor público de uma instituição que está no Brasil todo que é a Polícia Rodoviária Federal. 

 

Notícia Max - O senhor acredita em uma renovação da classe política?

 

Arthur Nogueira – Se eu não acreditar, quem acreditará? Por isso coloquei meu nome na disputa. É preciso iniciar o processo, e se não for nesse ano, pelo menos uma mensagem de que uma parcela da sociedade, sabe-se se lá de 15%, 20% ou 30%, só as urnas dirão, depositarão a confiança no nosso projeto para dizer: não estamos satisfeitos com aquilo que está aí.

 

Notícia Max - Quais os principais pontos do seu plano de governo?

 

Arthur Nogueira – São vários pontos. A Rede Sustentabilidade tem 18 eixos estratégicos, dos quais tem o tripé econômico, social e ambiental. Porque quando se fala em sustentabilidade, precisamos pensar como um todo nossa máquina pública, não é tratar separadamente como escutamos nos anos de campanha, de educação, segurança, saúde, ou saúde, segurança e educação. Parece que um mantra.

 

Todas essas áreas sofrem influência das demais áreas, em especial a minha área da segurança pública. Todos os reflexos da ausência do Estado, da ineficiência do Estado nas outras áreas, vão refletir nas forças de segurança. 

 

Então precisamos trabalhar todas as áreas, e nós contemplamos de maneira muito especial a educação, trabalhando a questão da tecnologia em sala de aula, a capacitação dos profissionais da educação, em especial os professores, sendo valorizados, chamados ao papel de que realmente o professor é o indutor de uma política pública para trazer valores e princípios ao cidadão, de maneira a valorizarmos após o ensino médio a Universidade Estadual de Mato Grosso, colocando estrutura, não a deixando sucateada como está. Levando pesquisa para os professores e para os alunos, para que essa comunidade universitária que é de Mato Grosso possa colaborar com o desenvolvimento econômico e social do nosso país, e para isso temos vários pontos a investir tanto na Unemat quanto no ensino fundamental.

 

A saúde também não vai ficar esquecida, porque sem saúde nada fazemos. É importante que se faça uma reestruturação, onde os municípios conversem com o Estado, as Secretarias Municipais conversando com a Secretaria Estadual e o Estado sendo o interlocutor com o Ministério da Saúde, de onde nasce o SUS. E cada ente desse, os 141 municípios cumprindo com seu papel, não transferir a responsabilidade para Cuiabá, para Várzea Grande, para Rondonópolis, Sinop, Colíder, Alta Floresta, Sorriso, onde estão os hospitais regionais. Tem que acabar com esse transporte de pacientes como se fossem animais para outras cidades, porque muitas vezes até piora a situação do paciente.

 

O profissional de saúde precisa ser valorizado, as equipes precisam estar a disposição nos prédios onde funcionam a saúde, porque não basta construir uma UPA, construir um pronto-socorro e equipá-los. É preciso que tenha equipe, porque se não, não funcionará, a humanização na saúde precisa existir, o servidor público da saúde sem valorização, sem capacitação e sem uma quantidade adequada para atender o cidadão, vai gerar filas, vai gerar demora no atendimento e vai gerar sofrimento, chegando até a morte.

 

Notícia Max - A economia do  Estado de Mato Grosso está baseada no agronegócio. Quais as propostas do senhor para o setor? O senhor é favorável à taxação do agronegócio?

 

Arthur Nogueira – O Estado fez uma escolha há pouco mais de duas décadas de fomentar o agronegócio, e isso custou caro para o Estado até então, e deixou de lado a indústria e o comércio. Quantas portas fecharam? Quantas indústrias fecharam? Ou melhor, quantas indústrias Mato Grosso recebeu nos últimos anos? Porque precisa de geração de empregos e de renda, mas se você não cria postos de trabalho, como é que fica? Então o Estado não pode trabalhar para um setor só. Isso precisa ser avaliado.

 

Ainda há necessidade de incentivos fiscais para algumas empresas no Estado? Creio que não, que elas já podem andar com suas próprias pernas, é o momento delas oferecerem a contrapartida para a população. Tudo aquilo que o Estado já as ajudou, lá atrás, no início, e agora elas estão consolidadas. É preciso chamar essa responsabilidade e enfrentar. E eu enfrentarei isso sim, com certeza.

 

A taxação passa por essa questão dos incentivos fiscais que é muito discutida, inclusive operações de investigações quanto a isso aí. Empresas que não estão enquadradas na questão dos incentivos fiscais, então todos os incentivos fiscais precisam ser revistos. E uma vez não enquadrara, ela vai ter que recolher a sua parcela de contribuição.

 

Notícia Max - O senhor como representante da Segurança Pública, sendo policial rodoviário federal, vê avanços no setor em Mato Grosso?

 

Arthur Nogueira – Não, é um grande engano pensar que você vai melhorar a segurança pública apenas contratando policiais. Isso não ocorre. Você precisa aliar uma série de outros fatores, outras ferramentas para que possa funcionar.

 

Eu sou de uma instituição que demonstra isso com muita clareza. A Polícia Rodoviária Federal tem o mesmo efetivo de quando entrei há 24 anos. Só que o que ela avançou em tecnologia, em investimento de tecnologia e inteligência supera essa questão da falta de efetivo. A União não vai contratar mais o dobro de policiais, e nem por isso deixamos de atender a sociedade.

 

É imperial investir em tecnologia, capacitar os profissionais para utilizar dessa tecnologia para que um policial se multiplique e esteja presente em vários outros lugares através dos olhos eletrônicos, através de um trabalho de informação e inteligência. Não basta apenas dar salário e falar que contratou mais de 4 mil profissionais, que sozinhos eles não vão conseguir resolver e as outras áreas influenciam na segurança pública diretamente.

 

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