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26 de Abril de 2024

POLÍTICA & PODER Segunda-feira, 05 de Agosto de 2019, 09:00 - A | A

Segunda-feira, 05 de Agosto de 2019, 09h:00 - A | A

ENTREVISTA DA SEMANA

Carlos Bezerra: “A área econômica é que eu tenho criticado. O desemprego e a crise social aumentando e não há nenhum projeto para reverter essa situação”

Redação

Reprodução

 

O deputado federal Carlos Bezerra (MDB) conversou com jornalistas durante a entrega da 4ª etapa do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) no último dia 16 de julho, quando falou sobre a Reforma da Previdência, prevendo que os Estados e municípios não serão reincluídos, e que votou favorável a reforma por entender que se o sistema quebrar, o país viverá o caos.

 

Bezerra disse ainda que o partido vai tratar de eleições apenas em 2020, mas vê um bom trabalho do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) que o qualifica a buscar a reeleição, e também uma boa relação com o DEM não só em Cuiabá, mas em diversos municípios do interior.

 

Notícia Max - O senhor votou a favor da Reforma da Previdência, qual o motivo deste posicionamento?

 

Carlos Bezerra – Eu votei a favor da reforma porque acho que ela é necessária, votei a favor dos trabalhadores da Educação, da Segurança. A reforma precisa ser feita, pois dois terços da população vive da Previdência, e se quebrar esse sistema, vira um caos o país.

 

O governo tirar dinheiro para pagar a pensão da Previdência vai ficar uma situação catastrófica no país, então eu votei com consciência de que é necessário fazer a reforma, fazer alguma mudança.

 

Notícia Max – E como estão as articulações visando as eleições do ano que vem? 

 

Carlos Bezerra – Isso vamos tratar no ano que vem, mas o Emanuel é um pretenso candidato, está fazendo uma boa administração e nesse modo com que ele vai tocando a prefeitura está se fortalecendo dia a dia, e pode ser sim candidato do partido à reeleição.

 

Notícia Max – O prefeito Emanuel Pinheiro saindo a reeleição, o senhor vai articular o apoio do DEM?

 

Carlos Bezerra – Essa também é uma questão para o ano que vem, mas o DEM está muito alinhado com o MDB em vários municípios. A nossa conversação é boa e isso poderá acontecer também em Cuiabá.

 

Os desentendimentos entre Emanuel e Mauro Mendes são rusgas passageiras, são rusgas momentâneas. Todos têm maturidade política e competência para superar isso. O principal é Mato Grosso, o principal é Cuiabá, e eles sabem muito bem disso, melhor do que eu e vão superar tudo isso no momento certo, no momento oportuno.

 

Notícia Max – Foi noticiada pela imprensa nacional que o presidente Jair Bolsonaro ia começar uma distribuição de cargos, e que o senhor teria algumas indicações, embora tenha havido uma indisposição entre o senhor e o presidente devido à exoneração da sua esposa da Embratur. O senhor realmente pleiteia algum cargo no Governo Federal?

 

Carlos Bezerra – Não existe nenhuma indicação minha, e a minha relação com o presidente não é pessoal, ele cometeu um erro por causa da minha mulher, mas não levo isso em consideração; o que eu levo em consideração é o desempenho do governo dele, que precisa melhorar.

 

A área econômica que eu tenho criticado, a área econômica é a mesma dos ex-presidentes. O desemprego aumentando, a crise social aumentando, indústria fechando e não há nenhum projeto para reverter essa situação. O que eu critico no governo é isso, como eu criticava no governo do Michel Temer, que cometia o mesmo erro.

 

O presidente colocou um banqueiro na política econômica para favorecer os mesmos banqueiros, então a minha posição em relação ao governo é política, não tem nada a ver com indisposição pessoal, por isso ou por aquilo. Quero é que o governo dê certo, que o governo governe, que o governo mostre resultados, é isso que eu quero. Isso acontecendo não tenho nenhum problema em apoiar, agora, não acontecendo, tenho todo direito de criticar, pois fui eleito pelo povo para isso.

 

Notícia Max – Como o senhor analisa o desejo do presidente Jair Bolsonaro de indicar o filho Eduardo Bolsonaro para a Embaixada dos Estados Unidos?

 

Carlos Bezerra – Eu acho um equívoco grave. Isso está repercutindo não só nas embaixadas, na diplomacia, está repercutindo junto a toda população, e é um motivo de desgaste para o governo. 

 

O governo parece que procura modos e meios de se desgastar. Isso aí caracteriza nepotismo, e eu não nomearia um filho meu para cargo nenhum, pois sempre fui contra nepotismo, contra parentela. Acho que é um equívoco do presidente e que ele reveja isso.

 

Notícia Max – O Senado tem falado na reinstituição dos Estados e municípios na reforma da Previdência, isso não iria atrasar a tramitação, tendo que ir ao Senado e voltar à Câmara para ser votado? 

 

Carlos Bezerra – Na Câmara isso não passa, é impossível, pois 70% a 80% dos deputados são contra. Não adianta o Senado aprovar e mandar para a Câmara, porque não vai passar. Isso é uma matéria vencida na Câmara, eu mesmo defendi essa tese com alguns deputados, mas é uma questão radicalizada, a maioria não aceita. Eles acham que é competência das Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais.

 

Vão ter que mexer na lei, discutir como todos os Estados, isso é da autonomia dos Estados. O período eleitoral não atrapalha, pois o período eleitoral dos deputados não é agora, é período eleitoral para os municípios, pode perfeitamente mexer, basta querer.

 

 

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