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POLÍTICA & PODER Terça-feira, 16 de Julho de 2019, 17:39 - A | A

Terça-feira, 16 de Julho de 2019, 17h:39 - A | A

DEPOIMENTO

Zaqueu diz que foi usado por Taques no esquema dos grampos ilegais

Redação

Reprodução

 

O ex-comandante da PM, coronel Zaqueu Barbosa, o ex-secretário-chefe da Casa Militar, coronel Evandro Alexandre Ferraz Lesco e o cabo da PM Gerson Correa, prestam depoimento na tarde desta terça-feira (16), ao juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Militar de Cuiabá, sobre o esquema de interceptações telefônicas ilegais, conhecido como “Grampolândia Pantaneira”. Durante a oitiva, Zaqueu afirmou que o ex-governador Pedro Taques (PSDB) pediu para que seus adversários políticos fossem grampeados.

 

De acordo com o coronel, que é o primeiro a prestar depoimento, Paulo Taques, que viria a se tornar secretário-chefe da Casa Civil , foi com o então candidato Pedro Taques até a sua residência, quando revelaram que vinham enfrentado problemas no comitê e questionaram sobre a possibilidade de grampear algumas pessoas que estavam atrapalhando o pleito eleitoral.

"Eles foram à minha casa e me disseram que a campanha estava difícil porque tinham queixa de tentativa de roubo em dia de pagamento e indiquei alguns nomes de policiais. Depois disso ocorreram várias reuniões, sempre depois do Fantástico. O Paulo e o Pedro pediram pra mim se tinha como ouvir algumas pessoas que estavam atrapalhando a reta final das eleições. Eu não disse nem que sim nem que não", declarou Zaqueu. 

 

Zaqueu afirmou que inicialmente, quis utilizar os grampos como uma forma de fazer um bom trabalho pela Segurança Pública, porém, o sistema foi utilizado politicamente. “No primeiro pedido de interceptação, não havia nenhuma ‘barriga de aluguel’. Vi oportunidade da PM ter equipamentos, na época, hoje eu vejo isso diferente”.

 

No segundo pedido, o Paulo Taques me entregou os outros números dos telefones e a partir daí, começam a ser inseridas essas barrigas de aluguel. Os pen drive das conversas eram entregues pelo cabo Gerson [Corrêa] e eu entregava nas mãos do Paulo Taques”.

 

O ex-comandante da PM também afirmou que Paulo Taques, em certo momento, entregou os números dos advogados Antônio Rosa e José do Patrocínio, além do jornalista Muvuca e pediu que fosse feita a interceptação das ligações e a partir deste momento começou o esquema de 'barriga de aluguel'. "Não ouvi os áudios de Tatiani Sangalli apenas entreguei ao Paulo Taques", afirmou.

 

Zaqueu revelou ainda que recebeu R$ 12 mil em espécie das mãos do Paulo Taques para custear as escutas clandestinas.

 

O militar explicou que a partir de certo momento, o sistema Wytron passou a não dar conta da demanda e por isso foi necessário a troca para o sistema Sentinela. A mudança aconteceu com a autorização de Paulo Taques que prometeu aporte de R$ 40 mil, no entanto, os recursos não vieram e o coronel Evandro Lesco passou a fazer empréstimos para bancar o esquema de grampos. 

 

O coronel disse também que sua intenção era aproveitar sua proximidade com Pedro Taques pra criar uma nova era na segurança pública. “Minha intenção era criar uma nova era dentro do Estado, um estado mais justo mais sério mais honesto, quando eu saísse deixaria uma instituição muito melhor para os mais jovens, hoje na minha cabeça está muito claro que fui usado, eu tinha um interesse que era a purificação da polícia, e o Pedro usou por motivos políticos, e o MP também, porque a Janaina Riva foi grampeada”, completou.

 

Ele revelou ainda que após as eleições de 2014 deixou de acompanhar diretamente as interceptações telefônicas, e que o controle teria ficado a cargo do coronel Airton Siqueira, que depois se tornou chefe da Casa Militar e teria dado continuidade ao esquema dentro da pasta.

 

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