Cuiabá, 17 de Abril de 2025
Notícia Max
17 de Abril de 2025

BRASIL Segunda-feira, 07 de Abril de 2025, 08:33 - A | A

Segunda-feira, 07 de Abril de 2025, 08h:33 - A | A

pesquisa

Maioria dos brasileiros é contra anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, aponta Quaest

Entre os eleitores de Bolsonaro, um a cada três acredita que grupo deve permanecer na cadeia e cumprir suas penas

O GLOBO com G1

Pesquisa realizada pela Quaest mostra que a maioria dos brasileiros é contra a proposta de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro. Os dados, revelados ontem pelo colunista do GLOBO Lauro Jardim, apontam que 56% dos entrevistados acham que os presos devem continuar na cadeia, enquanto 34% defendem que o grupo seja solto — ou porque a prisão nem deveria ter ocorrido ou porque já está preso há tempo demais. Os demais (10%) não sabiam ou não responderam.

O levantamento, encomendado pela Genial Investimentos, ouviu 2.004 pessoas entre 27 e 31 de março, dias após o ex-presidente Jair Bolsonaro se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de estado. O nível de confiabilidade é de 95%, e a margem de erro, de 2 pontos.

Entre os eleitores que votaram no presidente Lula no segundo turno das eleições de 2022, 77% defendem que os envolvidos no 8 de Janeiro continuem presos, contra 61% dos eleitores do ex-presidente que responderam que eles devem ser soltos.

No entanto, mesmo entre os bolsonaristas, há 32% que defendem a manutenção da prisão e o cumprimento de suas penas — um a cada três eleitores do ex-presidente. Entre aqueles que não votaram ou votaram branco/nulo, o índice chega a 53%.

Participação nos ataques
Em relação à participação de Bolsonaro no planejamento aos ataques ao Congresso, ao STF e ao Palácio do Planalto, a pesquisa mostrou que 49% dos brasileiros acreditam que o ex-presidente participou da tentativa de golpe, enquanto 35% dizem que não. Não responderam 15% dos entrevistados; e 1% disse que não houve tentativa de golpe.

O levantamento também mostra que 52% das pessoas consideram justa a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em tornar Bolsonaro réu; 36% classificam a decisão como injusta, e 12% não souberam ou não quiseram responder.

 As opiniões são diferentes em cada eleitorado: entre quem votou em Lula em 2022, 80% aprovaram a decisão do STF; entre quem escolheu Bolsonaro, 16%. Os brasileiros que anularam o voto ou que votaram em branco estão mais divididos: 51% consideraram o posicionamento do STF justo (30% acharam injusto, e 19% não quiseram ou não souberam responder).

A Quaest questionou também se os entrevistados avaliam que Bolsonaro será preso: 46% disseram que sim; 43% apostam que não; e 11não responderam ou não sabem.

Mesmo entre os eleitores do ex-presidente, apesar de a maioria dizer o contrário, um a cada três pondera que ele será preso.

— Fica bem evidente essa divisão quando estudamos os dados por tipo de eleitor. O lulista aposta na prisão de Bolsonaro (56%), o bolsonarista, não (55%). E entre quem alienou o voto, há um empate número 42% x 42%. Dá para perceber como as duas "torcidas" se dividem neste caso — afirma Felipe Nunes, diretor da Quaest.

Embora o risco de prisão do ex-presidente seja por causa da investigação de uma tentativa de golpe, ele, por ora, está fora do jogo político por estar inelegível até 2030. Bolsonaro foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por causa de uma reunião com embaixadores estrangeiros, em julho de 2022, no Palácio da Alvorada, no qual ele fez afirmações, sem provas, desacreditando o sistema eletrônico de votação.

Ontem, em seu discurso na Avenida Paulista, o ex-presidente afirmou esperar ajuda “de fora” para reverter o cenário. Ele lembrou que um dos filhos, Eduardo Bolsonaro, se licenciou do mandato de deputado e se mudou para os Estados Unidos alegando perseguição política, e alegou que o parlamentar tem contato com “pessoas importantes” no exterior.

— Tenho esperança que de fora venha alguma coisa para cá.

CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.

0 Comentários