A possibilidade de a Polícia Federal indiciar por participação na trama golpista o coronel Flávio Peregrino, assessor que já vem sendo chamado de “Mauro Cid de Braga Netto”, fez com que os bolsonaristas passassem a comparar os dois personagens. E a diferença de comportamento entre os dois tem sido vista por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro com um fator de risco potencialmente até maior para o general preso do que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
De acordo com ex-integrantes do governo, Peregrino é “um Mauro Cid sem o excesso de iniciativa”. Isso significa que, embora andasse tão colado a Walter Braga Netto quanto Cid ao ex-presidente, Peregrino cumpria todas as ordens do chefe e não tinha iniciativas como a do ex-ajudante de ordens, que fraudou por conta própria o cartão de vacinação de sua família antes de fazer o mesmo a mando de Bolsonaro.
“Tudo o que ele fazia era por ordem de Braga Netto”, diz um ex-auxiliar de Bolsonaro no Palácio do Planalto.
De acordo com o colunista Lauro Jardim, o conteúdo do material apreendido com Peregrino na operação que prendeu Braga Netto em dezembro passado deve confirmar situações descritas pela PF que o general vem negando.
De acordo com fontes da corporação, as informações encontradas nos celulares, notebooks e HDs externos, além de diversos pen drives, supririam a falta de evidências no material recolhido com Braga Netto.
Foi ainda na mesa de Peregrino na sede do PL, onde ele trabalhava com o general, que a PF apreendeu um documento descrevendo a “Operação 142”, que previa a declaração de “Estado de Sítio” seguida de “Operação de Garantia da Lei e da Ordem”.
Dois aliados próximos de Braga Netto com quem conversei não quiseram arriscar um palpite sobre se Peregrino faria uma delação, como Mauro Cid. Até porque, por ora, nem indiciado ele está – o que, de acordo com fontes da PF, deve ocorrer em breve –, muito menos preso.
Mas, se fizer, esses aliados acreditam que vai complicar ainda mais Braga Netto, uma vez que, além de agir cumprindo ordens, ele também fazia todo o meio de campo com os militares que agora estão acusados de tramar não só um golpe de estado como também um plano que previa “neutralizar” o ministro Alexandre de Moraes, assim como Lula e Geraldo Alckmin.
“Ele era o hub de todos esses militares. Para chegar no Braga Netto tinha que passar por ele”, descreve um ex-auxiliar de Bolsonaro no Planalto.
CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.
0 Comentários