Embora seja uma categoria mundial, a Fórmula 1 nasceu no Reino Unido e tem grande ligação com o país, sede do GP da Inglaterra - uma das corridas mais tradicionais do campeonato -, de seis equipes e representada por Lewis Hamilton, Lando Norris e George Russell, destaques da atual temporada. Tudo isso, na opinião de Fernando Alonso, instiga a visão acerca do embate do piloto da Mercedes com Max Verstappen, cuja imagem o espanhol crê que seja afetada negativamente pela preferência britânica.
Não vi a coletiva de imprensa (sobre a batida no GP da Inglaterra). Mas entendo o que eles estão experimentando agora, principalmente Max, porque ele é o cara mais novo lutando contra uma lenda, um campeão. Ele não é britânico, então sempre será mais difícil para ele. Tenho a impressão de que quando as coisas ficam um pouco picantes ou tensas na luta pelo título... Bem, esse esporte está inserido em um ambiente britânico - disse o bicampeão da Alpine.
Dos dez times da categoria, apenas a Ferrari e a AlphaTauri (Itália), Alfa Romeo (Suíça) e a Haas (Estados Unidos) não possuem base no Reino Unido. Das restantes, três são originalmente britânicas: Williams, McLaren e Aston Martin.
O espanhol explicou seu ponto de vista, mencionando a predominância inglesa entre pilotos, equipes e na cobertura da categoria, e lembrou de sua própria experiência disputando um campeonato com um rival "local" na acirrada temporada de 2007, quando foi colega de Hamilton na McLaren.
Todas as equipes são britânicas. A maioria de vocês, jornalistas, vêm do Reino Unido. Compreensivelmente há um pouco de preferência pelo cara do seu país que pode ser competitivo. Sempre me pareceu que eu era o vilão da Fórmula 1 quando estava disputando contra os britânicos - evocou.
O Circuito de Silverstone foi um dos escolhidos para receber o teste das corridas classificatórias por seu status de pista histórica, e também foi palco, em julho, da batida entre Hamilton e Verstappen que acirrou os ânimos entre Mercedes e RBR.
O lance provocou uma guerra de palavras entre as equipes e chegou a motivar ataques racistas na internet à Hamilton, amplamente condenados pelos dois times. Nos preparativos para o GP da Hungria na última semana, Max precisou "cortar" as perguntas sobre o incidente, o que motivou a fala de Alonso:
Quando vi o que houve em Silverstone, quando vejo as perguntas que Verstappen recebe, entendo a posição dele, com certeza.
O espanhol foi "parabenizado" pelo chefe da RBR, Christian Horner, por segurar o britânico da Mercedes na prova no Circuito de Hungaroring em defesa de Esteban Ocon e, consequentemente, reduzir os danos da prova para a equipe austríaca. Mesmo assim, é o Hamilton quem lidera o campeonato de pilotos à frente do holandês.
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