O Conor McGregor provocador, que muitas vezes passa dos limites, não parece que irá dar as caras no UFC 246. Com discurso mais respeitoso do que o normal em semana de luta, o irlandês tem pego leve nas declarações sobre Donald Cerrone, seu adversário neste sábado, em Las Vegas (EUA). Porém, é claro, ele sabe dar um jeito de apimentar o confronto. Em conversa com jornalistas nesta terça-feira, o "Notório" prometeu "colocar Cerrone para dormir" com facilidade.

- Eu não estou muito preocupado com o que ele diz. Gosto do Donald, não tenho nada de ruim pra falar dele. Mas vou colocá-lo para dormir e vou fazer isso facilmente. É a mesma coisa, luta é luta. Vou entrar lá dentro e não importa se é com ou sem rivalidade, é uma luta. Então estou empolgado por estar de volta e ansioso para lutar no sábado - afirmou.

Sem lutar desde outubro de 2018, quando perdeu por finalização para Khabib Nurmagomedov, McGregor fez coro ao discurso de seu treinador, John Kavanagh, que tem falado que o pupilo está na melhor forma de sua carreira e garantiu que voltará ao nível de sua última vitória, em 2016, contra Eddie Alvarez, quando conquistou o título peso-leve (até 70kg).

- Absolutamente. As pessoas ficam dizendo que querem o antigo Conor McGregor de volta. O Conor de 2015, 2016. E, não me leve a mal, foi uma performance incrível contra o Eddie Alvarez, provavelmente a melhor performance de um campeão na história do UFC. Minha estreia em Nova York, tantas equipes excelentes, mas ele (Kavanagh) está certo. Eu serei o cara que derrotou o Alvarez. Estou em uma excelente posição e estou me movimentando muito bem.

Confira outros trechos da entrevista de McGregor:

Escolha da luta contra Cerrone

- Eu e o Donald temos história e é uma história de anos. É uma luta que já teve rumores de que iria acontecer antes, e aí acabei fazendo a luta contra o Diaz. Temos uma história juntos eu e o Donald, era uma luta inevitável. Ele tem alguns recordes fenomenais na carreira - maior número de lutas, maior número de rounds, mais vitórias por nocaute com chutes na cabeça, mais bônus de performance. Ele merece essa oportunidade. Para mim, porém, eu não precisava dele como adversário. Você viu quando eu fui para a Rússia, eu anunciei a data, eu disse que voltaria no dia 18 de janeiro e falei: perguntem para o UFC quem é o adversário. E eles me deram o Donald e eu fiquei muito feliz. Estou muito empolgado por enfrentar o Donald. É o começo de um período longo de atividade sólida.

Elogios aos números do rival

- Ele definitivamente é uma adversário complicado. Você não consegue todos esses recordes, você não tem o recorde de maior número de vitórias na história do UFC sem trazer perigo. E a luta é nos meio-médios, então ele vai estar um pouco maior. Estou empolgado com essa luta, mas também muito confiante.

Esperança de revanche contra Khabib em Moscou

- Sim. Eu acho que será algo espetacular para o esporte, né? Ainda mais em Moscou. As pessoas lá são incríveis, tive muito apoio quando estive lá. Vai ser uma atmosfera de muita energia pra essa luta. Muita história, muita paixão. Vai ser coisa de filme e acho que precisa acontecer lá.

Planos para 2020

- Claro, eu estou me preparando para bater mais um recorde no sábado a noite. E aí vou poder ir atrás de mais títulos. Acho que posso conquistar o título dos meio-médios, o cinturão BMF, eu vou conquistar esses títulos e vou entrar em mais uma luta de boxe, vou conquistar um cinturão de boxe. Tenho muitos objetivos que continuam a me motivar.

US$ 80 milhões? De onde surgiu esse número?

A luta precisa vender muito, muito bem. E esse número vem do fato de eu acreditar que a luta vai sair muito bem. Eu acredito de verdade. Se vai chegar a 80 milhões nós veremos. Há muitos aspectos que precisam estar em sintonia pra que isso aconteça. Mas eu acredito que é uma luta muito empolgante e divertida pros fãs e o mundo está empolgado para ver essa luta. Eu também estou empolgado para ver como essa luta vai vender.

Novos talentos do UFC

- Eu me impressionei muito com o Israel Adesanya. Ele é do mesmo escritório que o meu, Paradigm Sports, e ele está indo muito bem. Aquele mega evento na Austrália e ele roubou a cena. Temos alguns caras muito bons, é uma época muito empolgante pra esse esporte. Estou ansioso para começar 2020 da forma mais empolgante possível.

Revanche contra José Aldo

- Você nunca sabe. Aldo voltando e me desafiando? Talvez, se ele quiser… Eu acho que ele pareceu muito bem naquele corte de peso. Fiquei muito impressionado porque é preciso muita disciplina e dedicação. Achei que ele fez uma boa luta contra o Marlon, quando ele passou a buscar os chutes altos foi ficando mais confortável no combate. Marlon conseguiu bons golpes e em alguns momentos chegou perto de vencer, mas acho que o Aldo foi melhor e deveria ter vencido. Desejo tudo de bom para o Aldo. Você nunca sabe… Talvez no futuro (a gente se reencontre).

Possibilidade de voltar a fazer uma luta no peso-pena

Não sei… Me sinto muito bem por não precisar cortar peso agora. É fácil para mim dizer que é algo possível, mas cortar peso não é assim, é duro. Por isso que eu tenho todo esse respeito pelo José Aldo. Sei que a mídia estava dizendo que ele estava cortando muito peso, mas eu sabia pela forma física e pelo corpo dele que ele estava trabalhando duro para conseguir. Eu entendo porque sei como é esse processo. Mas nunca direi nunca.

“O que nos define é o quão bem nós nos levantamos depois de cair”

- Claro que essa frase ainda é verdadeira pra mim. Eu já me levantei logo depois daquela derrota para o Diaz e provei para todo mundo, mostrei para todo mundo o que um Conor 100% focado pode fazer. É quase como se às vezes, quando eu tenho tudo, eu precise perder tudo para querer ter tudo de novo. Talvez seja onde eu estou agora. Mas eu acho que estou em uma ótima posição hoje. Vou conseguir isso e não acho que vou querer perder de novo. Vou gravar meu nome na pedra de forma ainda mais profunda no sábado.

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