O Parlamento de Hong Kong teve sessão conturbada nesta quinta-feira (17), quando, pelo segundo dia consecutivo, vários deputados pró-democracia tentaram interromper o discurso da chefe do Executivo local, Carrie Lam. Sua administração é considerada pró-Pequim pelos manifestantes que desde junho tomam as ruas desse território semiautônomo.
A retomada das atividades no Conselho Legislativo (LegCo) foi tumultuada na quarta-feira (16), três meses após a suspensão das sessões por causa da invasão do imóvel por manifestantes.
Na quarta, Lam desistiu de fazer seu discurso de política geral após as interrupções da oposição. O governo divulgou um vídeo pré-gravado.
Nesta quinta, Carrie Lam deveria responder as perguntas dos deputados sobre seu discurso. Mas integrantes da oposição gritaram slogans dos manifestantes e a sessão parlamentar virou um caos. Vários deputados foram escoltados para fora do LegCo pelas forças de segurança.
Desde junho a ex-colônia britânica passa por sua pior crise desde a devolução à China em 1997, com manifestações e ações praticamente diárias para denunciar o retrocesso das liberdades e a crescente interferência de Pequim nos assuntos da região semiautônoma.
A mobilização surgiu como crítica a um projeto de lei que pretendia autorizar as extradições de cidadãos que moram no território semiautônomo para a China.
O texto demorou a ser retirado definitivamente, mas não conteve a ira dos manifestantes. Eles ampliaram suas críticas contra a o governo chinês e suas reivindicações por mais autonomia. O executivo local e Pequim argumentam que as liberdades em Hong Kong estão protegidas.
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