O grupo terrorista Al-Shabab assumiu a responsabilidade, nesta segunda-feira (30), pelo ataque na Somália que deixou pelo menos 81 pessoas mortas no sábado (28). O atentado, que ocorreu na capital, Mogadíscio, foi o mais letal no país desde 2017.
Em uma mensagem de áudio, um porta-voz do grupo disse que o alvo do ataque era um comboio de forças turcas e somalis, e que essas teriam sofrido "grandes perdas", segundo a Reuters.
Ainda na mensagem, o porta-voz, identificado como Ali Mohamud Rage, acusou a Turquia de "tomar todos os recursos da Somália" e prometeu continuar mirando forças turcas no país.
"Sempre lutaremos... contra os turcos que trabalham com o governo apóstata [infiel] da Turquia. Não somos contra cidadãos muçulmanos turcos inocentes", disse o porta-voz. Dois cidadãos turcos estão entre os mortos no ataque.
A Turquia é um dos principais doadores à Somália desde a fome que assolou o país em 2011, e, juntamente com o governo do Catar, está financiando uma série de projetos de infraestrutura e levando médicos ao país.
Mais cedo, a agência de segurança nacional da Somália afirmou que um governo estrangeiro, que não foi nomeado, ajudou a planejar o ataque.
O número de mortos foi atualizado de 79 para 81 nesta segunda (30), depois que dois dos feridos morreram.
No sábado, a Associated Press informou que 125 pessoas haviam ficado feridas no atentado, e a Reuters chegou a informar a morte de 90 vítimas. Mais de 10 pessoas continuam desaparecidas, segundo a France Presse.
O prefeito de Mogadíscio e o presidente somali já haviam acusado o Al-Shabab, que é ligado à Al-Qaeda, de ser responsável pelo atentado. O grupo faz ataques desse tipo regularmente, na tentativa de prejudicar o governo, que é apoiado pelas tropas de manutenção da paz das Nações Unidas e da União Africana.
A organização terrorista não costuma, entretanto, reivindicar atentados que deixam muitas vítimas civis, temendo perder o apoio que ainda possuem entre os somalis.
Expulsos de Mogadíscio em 2011, os integrantes do Al-Shabab perderam seus principais redutos, mas o grupo ainda controla amplas zonas rurais, onde executam operações de guerrilha e atentados suicidas. O objetivo da organização terrorista é estabelecer um estado islâmico da corte Wahhabi (ultraconservadora).
Desde 2015, a Somália registrou 13 atentados que deixaram pelo menos 20 mortos, 11 deles na capital.
Nos últimos anos, o país tornou-se uma arena de rivalidade diplomática e militar entre a Turquia e o Catar, de um lado, e a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos de outro.
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