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INTERNACIONAL Sábado, 31 de Agosto de 2024, 08:00 - A | A

Sábado, 31 de Agosto de 2024, 08h:00 - A | A

Venezuela

Lula reforça não reconhecer eleições e diz que Maduro terá de 'arcar com as consequências'

G1

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou nesta sexta-feira (3) que não reconhece a reeleição de Nicolás Maduro e voltou a cobrar transparência na divulgação das atas das seções eleitorais.

Segundo Lula, que também não endossa a vitória da oposição, o presidente venezuelano "terá de arcar com as consequências do gesto dele".

O líder brasileiro comentou a crise no país vizinho durante entrevista para uma rádio da Paraíba. Lula afirmou não ter "relação ideológica" com chefes de Estado e destacou que não cabia à Suprema Corte do país dar o parecer sobre as atas de votação, que até o momento não foram divulgadas.

"Eu não aceito nem a vitória dele e nem a da oposição. Eu acho que tem um negócio, a oposição fala que ganhou, ele fala que ganhou, mas você não tem prova. Então, nós estamos exigindo a prova. Obviamente que ele tem o direito de não gostar porque eu falei que era importante que convocassem novas eleições", afirmou Lula.

Na Venezuela, tanto o Conselho Nacional Eleitoral quanto a Suprema Corte são controlados pelo governo de Maduro, sucessor do ex-presidente Hugo Chávez, de quem Lula era amigo.

Lula ajustou o tom das declarações sobre a eleição venezuelana desde que foi criticado por afirmar que não havia observado nada de anormal na disputa, marcada por suspeitas de fraudes.

O Brasil adotou tom de insistir na divulgação das atas e tenta manter o diálogo com o governo local. Lula declarou que "ajudou muito" a Venezuela, mas que Maduro terá de arcar com as consequências das decisões que tem tomando.

"Eu quero cuidar do Brasil. O Maduro cuide de lá. Ele [Maduro] arque com as consequências do gesto dele. E eu arco com as consequências do meu gesto. Agora, eu tenho consciência política de que eu tentei ajudar muito, mas muito e muito", disse Lula.

Reconhecimento da eleição

 

Nesta segunda (26), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela afirmou ter acatado a decisão do mais alto tribunal do país de declarar Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais realizadas em 28 de julho.

O TSJ havia declarado na quinta (22) reconhecer a reeleição do presidente venezuelano na votação de 28 de julho após ter realizado uma suposta revisão das atas eleitorais a mando de Maduro.

A decisão do TSJ foi uma confirmação do resultado anunciado pelo CNE após a votação. Um diretor do CNE denunciou "falta de transparência e de veracidade" nos números divulgados pela autoridade eleitoral venezuelana nesta segunda (26).

A Corte também proibiu a divulgação das atas eleitorais, que indicam o resultado da votação por zona eleitoral. A publicação das atas, que comprovariam o resultado do pleito, vinha sendo cobrada pela oposição e pela comunidade internacional. Segundo o próprio TSJ, a decisão da Corte é "inapelável".

A decisão do TSJ foi rejeitada pela oposição venezuelana e por países como EUA, União Europeia e outros da América do Sul, que pediram novamente a publicação integral das atas.

O Tribunal Supremo também considerou que o candidato da oposição, Edmundo González, está sujeito a sanções por cometer o que foi considerado desacato à Justiça ao não comparecer a audiências convocadas pelo Judiciário após a eleição.

O CNE havia proclamado a vitória de Maduro no dia seguinte à votação, em 29 de julho, e outra vez dias depois, no início de agosto. No entanto, as atas eleitorais nunca foram publicadas.

 

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