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INTERNACIONAL Quarta-feira, 16 de Abril de 2025, 07:45 - A | A

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equador

Novo presidente quer militares dos EUA no combater ao crime organizado

Em entrevista exclusiva a CNN, Daniel Noboa disse que há planos para viabilizar tropas americanas em uma base do país; controle das operações seria equatoriano, segundo ele

O Globo

O presidente reeleito do Equador, Daniel Noboa, declarou que pretende alterar a constituição do país para autorizar a presença de militares estrangeiros no território, a fim de permitir a entrada de tropas dos Estados Unidos para missões contra o crime organizado. Noboa falou sobre o plano em uma entrevista exclusiva à rede americana CNN na terça-feira, detalhando que a colaboração não retiraria das autoridades equatorianas o comando das operações.

— Gostaríamos de cooperar com as forças americanas, e acredito que há muitas maneiras de fazer isso, especialmente monitorando operações ilegais que saem do Equador — disse o presidente, que nasceu em Miami. — O controle das operações estará nas mãos de nossos militares e policiais.

Uma fonte militar ouvida pela CNN no mês passado, e um plano obtido pela emissora, apontam que o governo de Noboa já estaria preparando terreno para a chegada de militares americanos antes mesmo da eleição. Uma base naval está sendo construída na cidade costeira de Manta, que já abrigou uma missão americana que permaneceu no país de 1999 a 2009.

A base aérea a partir de onde as forças americanas operavam no mapeamento de rotas de tráfico no Pacífico foi fechada após o então presidente equatoriano, Rafael Correa — rival político do pai do atual presidente, Álvaro Noboa —, não renovar a autorização para continuidade da missão. Uma constituição aprovada durante o governo Correa estabeleceu como ilegal a cessão de território para forças estrangeiras.

Na entrevista, Noboa afirmou que enxerga Washington como um parceiro importante no combate ao crime transnacional. Ele confirmou que há planos delineados para uma colaboração entre as forças equatorianas e americanas, mas que uma implementação ainda depende das mudanças legais internas e de um acerto com o presidente dos EUA, Donald Trump.

— Há planos [para os EUA apoiarem o combate às gangues criminosas no Equador]. Tivemos conversas, tínhamos um plano, tínhamos opções que gostaríamos de seguir. E agora precisamos apenas de outra reunião, pós-eleição, agora como presidente eleito, para consolidá-la — disse.

A pauta da segurança pública foi uma das agendas que impulsionou a candidatura de Noboa, que assumiu inicialmente a Presidência após a queda de Guillermo Lasso, em 2023, e voltou a vencer as eleições disputadas no último domingo. A combinação da proposta de uma política de segurança linha-dura e a defesa de uma economia neoliberal atraíram o apoio da direita equatoriana, embora Noboa já tenha se definido como de centro-esquerda.

No primeiro mandato, que durou apenas dois anos, Noboa combateu o crime organizado mandando o Exército para as ruas e para controlar rebeliões prisionais. Ele também declarou que o país enfrentava um conflito armado interno, e decretou prolongados estados de exceção para poder tomar medidas duras contra os grupos criminosos — o que rendeu críticas sobre abuso da força pública e violações.

O presidente afirma ter diminuído a taxa de homicídios do recorde de 47 para cada 100 mil habitantes, em 2023, para 38 para cada 100 mil, em 2024. Ainda assim, o Equador continua sendo o país da América Latina com maior número de homicídios proporcionalmente à sua população, segundo o 'think tank' Insight Crime.

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