Segundo a TF Agroeconômica, o mercado de trigo no Brasil apresenta tendências distintas em relação à Bolsa de Chicago. Enquanto os preços em Chicago caíram 14,57% no acumulado anual, no Brasil registraram alta de 3,25% no Rio Grande do Sul e 14,14% no Paraná. A expectativa é de valorização contínua no mercado interno, especialmente a partir de janeiro de 2025, impulsionada por fatores como a quebra de safra e qualidade do produto disponível. Essa situação deverá elevar a demanda por importação para atender às necessidades do setor de panificação.
A forte quebra de safra nos últimos anos é um dos principais fatores para a alta nos preços. Dados da Conab apontam produções de 10,55 milhões de toneladas em 2022, 8,09 milhões em 2023 e uma projeção de apenas 8,10 milhões para 2024. Além da redução no volume, a baixa qualidade do trigo disponível para panificação agrava a situação, restringindo a oferta de produtos essenciais como farinhas tipo 1. Essa conjuntura, combinada com a necessidade de mesclar trigo nacional com importado, reforça a tendência de preços elevados para o primeiro semestre de 2025.
Para os vendedores, a recomendação é adiar as vendas até, pelo menos, janeiro, aproveitando uma provável valorização que pode superar os custos de armazenamento. Já os compradores devem buscar antecipar contratos futuros, especialmente para março e julho, meses que apresentam menores pressões sazonais de venda. No mercado externo, restrições de exportação na Ucrânia e Rússia podem limitar a oferta global, enquanto o fortalecimento do dólar nos EUA favorece a competitividade europeia.
As condições climáticas também desempenham um papel significativo. Nos EUA, a redução de áreas sob seca tem impactado as projeções, com 91% da área de trigo de inverno já semeada e melhorias significativas em estados como Kansas. Apesar disso, as exportações americanas ainda estão abaixo da média necessária para atingir as metas do USDA, o que pode gerar impacto nos preços internacionais.
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