Os problemas com o clima acabaram animando os vendedores de soja do Brasil, que continuam retraídos enquanto esperam a alta nos preços. De acordo com informações divulgadas pelo especialista Luiz Fernando Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica, a comercialização da oleaginosa no mercado interno ficou parada na segunda-feira (24.12).
“A maior parte das empresas de grãos do País não abriu e deve permanecer fechada também nesta quarta-feira, retornando às atividades somente amanhã. A falta de chuvas das últimas semanas, que aumentou o receio de perdas nas lavouras e o tabelamento do frete deve continuar desestimulando os participantes a negociar”, indica Pacheco.
Alguns vendedores informaram os preços desejados na sexta-feira passada, para o caso de que surgissem compradores na segunda, o que, segundo Pacheco, não aconteceu. “A ideia era R$ 80/saca FOB, para embarque imediato e pagamento em 30 dias, valor distante dos R$ 78,50/saca FOB ou R$ 80/saca CIF, para entrega na indústria, indicados por compradores na semana passada”, completa.
“A situação não era diferente em relação à safra nova 2018/19: não apareceu proposta de compra nem saiu acordo no dia 24. Enquanto produtores desejam R$ 80/saca FOB para embarque em maio e pagamento no início de junho, a última indicação de compra, da semana passada, foi R$ 76/saca FOB - vinda de comprador doméstico - e R$ 80 a R$ 81/saca CIF para entrega no porto de Rio Grande, para exportação”, indica.
Além disso, Pacheco informa que a maioria das tradings que atua na região está fora do mercado, assim como esmagadoras locais. Nesse cenário, os produtores também só devem retornar com mais apetite para os negócios a partir de janeiro.
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