Com o fim do convênio entre Brasil e Cuba no Mais Médicos, municípios estão reagendando consultas até a chegada de novos profissionais. Enquanto isso, estudantes de medicina interessados em vagas do programa correm para antecipar suas formaturas.
Em Salvador, três instituições de ensino adiantaram a colação de grau para que os formandos em medicina pudessem se inscrever no Mais Médicos. A Bahia tem o segundo maior número de vagas para o programa no país, 853, atrás apenas de São Paulo.
No Ceará, onde estudantes também contaram ter apressado o processo de colação, pelo menos 250 recém-formados procuraram o Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremec) para obter registro profissional desde quarta-feira (21). O documento é exigido na inscrição para concorrer às vagas.
Cuba anunciou no último dia 14 a retirada de profissionais do país do sistema, citando "referências diretas, depreciativas e ameaçadoras" feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Até então, mais de 8 mil dos 16,7 mil participantes do programa eram cubanos.
Durante a campanha à Presidência, o então candidato afirmou que, se eleito, iria "expulsar" os médicos cubanos do Brasil com base no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira, conhecido como Revalida.
O Governo Federal lançou um edital para o preenchimento de mais de 8,5 mil vagas, distribuídas por 2.824 municípios e 34 distritos indígenas.
Consultas reagendadas
Sem os profissionais de Cuba, as prefeituras de Charqueada e Nova Odessa, no interior de São Paulo, reprogramaram consultas – o número não foi divulgado.
Os municípios estão na lista do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) de cidades que podem ter ficado sem médicos dedicados à atenção básica em saúde na rede pública após a saída dos cubanos.
Em Charqueada, médicos especialistas que fazem parte da rede municipal estão emitindo receitas de medicamentos, segundo a Secretaria de Saúde. Casos de urgência, que não eram atendidos pelos cubanos, são encaminhados ao hospital municipal.
A prefeitura de Nova Odessa informou que ainda há 18 médicos de atenção básica em saúde na rede pública da cidade. Mesmo assim, haverá reagendamento de consultas a partir de segunda-feira (26).
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