O Flamengo venceu o Cruzeiro com autoridade por 2 a 0, engatou a quarta vitória seguida e chegou a sua maior pontuação na era dos pontos corridos no Campeonato Brasileiro. Impossível criticar a equipe e suas últimas atuações. O time alcançou a maturidade, foi muito sóbrio nas últimas rodadas, mas...
... o que fica é a sensação de que o time poderia mais. Deixou o título escapar por vacilos, tropeçou nas próprias pernas e pagou caro por pequenos detalhes que fizeram a diferença no fim.
É fato que o Palmeiras fez uma campanha impecável no segundo turno. Em seus melhores momentos, no entanto, o Flamengo aparentou que teria fôlego para buscar. Mas pecou nos detalhes. Especialmente nos meses de agosto e setembro. E termina 2018 sem nenhum novo troféu em sua galeria.
Gols perdidos confronto direto
Falta de planejamento, DNA perdedor... É possível elaborar um caminhão de teorias. Mas onde o Flamengo, de fato, parece ter perdido o campeonato foi no confronto direto contra o Palmeiras. Àquela altura, no fim de outubro, uma vitória no Maracanã reduziria a vantagem do líder para um ponto e incendiaria o campeonato.
O gol perdido por Paquetá no empate por 1 a 1 deu uma murchada no time e encerrou uma sequência de quatros vitórias. Em seguida, o Flamengo empatou com o São Paulo jogando bem e perdeu para o Botafogo em sua pior atuação sob o comando de Dorival. Sete pontos perdidos em três rodadas que fizeram toda a diferença.
O efeito Paquetá
O gol perdido por Paquetá contra o Palmeiras, aliás, foi o símbolo da queda de rendimento do camisa 11. Amplificada, especialmente, após sua venda ao Milan, no início de outubro.
A grana foi boa, a direção do Flamengo alega que o momento foi o melhor para dar tempo de se planejar para 2019, mas, na prática, o timing foi horrível.
Difícil afirmar que a queda de produção se deu somente pela negociação com a Europa, mas Paquetá foi outro jogador em seus últimos jogos pelo clube carioca. De protagonista, a ponto de ser apontado como um dos craques do Brasileirão, o camisa 11 termina a temporada no banco e sob críticas.
Os fatídicos dois meses
O Flamengo sobrou na turma antes da Copa do Mundo. O melhor futebol era traduzido em pontos. Eram quatro pontos de vantagem para o São Paulo, então segundo colocado, e oito para o campeão Palmeiras.
No entanto, o fôlego acabou. Vinícius Jr., Vizeu, Jonas, Guerrero foram embora. O clube foi ao mercado, se reforçou, mas as contratações demoraram a dar resultado. Líder do Brasileiro, e em fase avançadas de Libertadores e Copa do Brasil, o Flamengo encarou de frente, resolveu brigar por tudo e... se deu mal.
Único dos grandes envolvidos a usar os titulares em todos os jogos, o Flamengo pagou o preço do desgaste. O lado mental pesou tanto ou até mais do que o físico, e o desempenho entre agosto e setembro despencou.
Dois meses que custaram praticamente toda uma temporada. O Flamengo deu adeus à Libertadores e Copa do Brasil e despencou da liderança para o quarto lugar. A demissão de Barbieri – confuso em seus últimos atos – e a chegada de Dorival deram um novo fôlego, o time venceu oito dos 11 jogos com o treinador, mas era tarde. Não deu para alcançar o Palmeiras, praticamente infalível no Brasileiro nas mãos de Felipão.
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