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INTERNACIONAL Segunda-feira, 04 de Novembro de 2024, 16:35 - A | A

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em Teerã

Estudante é presa no Irã após se despir publicamente em sinal de protesto

Caso ocorreu na universidade Azad em Teerã. A jovem era assediada por membros da milícia Basij e foi espancada ao ser detida, segundo ativistas iranianos pelos direitos humanos

France Presse

Uma estudante que se despiu no Irã em sinal de protesto contra o assédio de milicianos da Guarda Revolucionária foi detida, segundo grupos estudantis e ativistas pelos direitos humanos.

A jovem estudante da universidade Azad de Teerã, cuja identidade não foi revelada, era assediada por membros da milícia Basij, segundo esses ativistas.

Em sinal de protesto, ela se despiu em frente à universidade e caminhou pelas ruas em roupas íntimas, de acordo com um vídeo que circula nas redes sociais. A jovem caminhava de braços cruzados, até que agentes chegam nela de forma brusca e a prendem.

Publicado primeiramente pelo site estudantil iraniano Amir Kabir, o vídeo foi compartilhado por diversos sites em persa, incluindo o site Dadban, o grupo de defesa dos direitos humanos Hengaw e o portal de notícias Iran Wire.

O vídeo parece ter sido filmado por moradores de um prédio próximo. Outras imagens mostram a jovem sendo jogada dentro de um carro por homens vestidos à paisana.

Segundo o site Amir Kabir, a estudante foi agredida durante a prisão. De acordo com testemunhas, a estudante foi espancada, sofrendo ferimentos que a deixaram sangrando.

A agência de notícias iraniana Fars relatou o incidente e publicou uma foto da estudante com a imagem desfocada.

De acordo com a mesma fonte, a jovem usava roupas "inapropriadas" em sala de aula e se "despiu" após ser advertida pelos agentes de segurança.

A lei islâmica no Irã impõe um rígido código de vestimenta para as mulheres, obrigando-as a usar véu e roupas folgadas que disfarcem as formas do corpo.

Segundo a Fars, citando "testemunhas", os agentes conversaram "calmamente" com a jovem e não agiram de maneira agressiva.

As mulheres iranianas foram protagonistas de um movimento de protesto sem precedentes no país após a morte da jovem curda Mahsa Amini, em setembro de 2022, que foi presa por não cumprir o código de vestimenta.

O movimento Mulher, Vida, Liberdade foi reprimido massivamente pelas autoridades iranianas, com pelo menos 551 mortos e milhares de pessoas detidas, segundo ONGs.

 

 

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