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INTERNACIONAL Terça-feira, 21 de Novembro de 2017, 11:42 - A | A

Terça-feira, 21 de Novembro de 2017, 11h:42 - A | A

PROTESTOS

Ministros do Zimbábue não comparecem a reunião de gabinete convocada por Mugabe

Agência Brasil

Reprodução

Zimbabue-protesto

 

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, convocou hoje (21) uma reunião de seu gabinete de governo, que acabou sendo um fracasso, pois nenhum de seus ministros compareceu, informou hoje o jornal estatal zimbabuano The Herald. Por enquanto, não se sabe se algum dos ministros chegou a se apresentar à reunião. A informação é da agência EFE.

 

Estava previsto que o gabinete se reunisse algumas horas antes que o partido de Mugabe, a União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (ZANU-PF, na sigla em inglês), iniciasse os trâmites para submetê-lo a uma moção de censura no parlamento. O líderes do partido pediram aos membros do gabinete a que não comparecessem à convocação do presidente. Em frente ao Legislativo, cidadãos fazem um protesto.

 

Sem apoio popular, com o seu próprio partido contra seu governo e confinado pelos militares há quase uma semana, Mugabe, de 93 anos, resiste em deixar o poder que ocupa desde 1980.

 

Na manhã de hoje, o principal candidato a substitui-lo, o ex-vice-presidente Emmerson Mnangagwa, se juntou às vozes que pedem sua renúncia, mas afirmou que não vai retornar ao país até que sua segurança pessoal esteja garantida.

 

Para o ex-vice-presidente, Mugabe tem duas opções: "cooperar" e assim garantir seu "legado" ou enfrentar o povo e correr o risco de sofrer uma "humilhação".

 

O antigo "número 2" do governo já foi nomeado como líder provisório do ZANU-PF, em substituição de Mugabe, e candidato às eleições presidenciais de 2018.

 

Em um pronunciamento de imprensa ontem (20) à noite, o chefe das Forças Armadas, Constantine Chiwenga, garantiu que Mugabe e Mnangagwa já mantiveram contato e que o primeiro traçou um "roteiro e uma solução definitiva para o país".

 

Histórico

 

A destituição de Mnangagwa, que aconteceu há duas semanas, é considerada o estopim da crise no país. O ex-vice-presidente é veterano de guerra e uma figura bem-quista no partido. Ele sofria a oposição da primeira-dama, Grace Mugabe, que aspirava ocupar seu cargo.

 

Uma semana depois da saída de Mnangagwa do governo, os comandantes do alto escalão das Forças Armadas anunciaram que tomariam "medidas corretivas" se os "expurgos" no partido continuassem. No dia seguinte, os tanques marchavam em direção à capital Harare e assumiram com o controle do Zimbábue e colocaram Mugabe e sua família em prisão domiciliar.

 

O ex-vice-presidente recorreu ao exílio após informar que tinha recebido ameaças de morte, mas advertiu: "Em breve controlaremos as engrenagens do poder no nosso belo partido e país".

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