O Senado da Rússia aprovou nesta quarta-feira (2) uma lei que, na prática, proíbe que aliados de Alexei Navalny, o principal opositor de Vladimir Putin, possam disputar as eleições.
O texto do projeto determina que líderes, apoiadores e membros de entidades extremistas estão proibidos de participar de eleições —a Justiça provavelmente vai classificar as organizações de Navalny como extremistas.
A lei foi aprovada por 146 senadores, recebeu um voto contra e uma abstenção. Agora falta apenas a assinatura do presidente Vladimir Putin para que a regra entre em vigor.
Críticas da oposição
Os críticos do governo russo afirmam que as autoridades do país estão ampliando a repressão da oposição antes das eleições parlamentares de setembro.
A nova lei afeta não apenas os líderes das organizações, como ativistas e dezenas de milhares de pessoas que fazem doações.
Os líderes das organizações regionais de Navalny não poderão disputar as eleições parlamentares durante cinco anos.
Os membros das organizações e aqueles que ajudaram a financiá-las serão proibidos de apresentar candidaturas durante três anos.
As autoridades russas toleraram durante anos os grupos de oposição, incluindo o movimento político de Navalny, mas os críticos do Kremlin dizem que agora Moscou pretende eliminar qualquer vestígio de dissidência.
Navalny, que sobreviveu a um grave envenenamento com um agente neurotóxico de origem russa, cumpre desde fevereiro uma pena de dois anos e meio de prisão por uma condenação por peculato.
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