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INTERNACIONAL Sexta-feira, 08 de Novembro de 2024, 08:26 - A | A

Sexta-feira, 08 de Novembro de 2024, 08h:26 - A | A

'ataque antissemita'

Torcedores israelenses são agredidos após jogo de futebol na Holanda

G1

Torcedores de um time de futebol israelense foram agredidos em Amsterdã, na Holanda, após um jogo entre as equipes do Ajax de Amsterdã e Maccabi Tel Aviv, pela Liga Europa, que aconteceu nesta quinta-feira (7) na capital holandesa. O ataque deixou 5 pessoas hospitalizadas e mais de 60 detidos após o time holandês derrotar os israelenses por 5 a 0 na Liga Europa, segundo a polícia holandesa.

A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, informou que houve ataques com uso de fogos de artifício. Além disso, de acordo com o Ministério do Exterior israelense, 10 torcedores foram feridos e 3 estão desaparecidos.

Antes da partida, o clima já era tenso em Amsterdã. Manifestantes pró-Palestina estavam em áreas por onde circulavam os torcedores e há relatos de provocações dos dois lados. Vídeos mostram homens com o rosto coberto carregando bandeiras da Palestina pelas ruas da cidade. Também houve correria de policiais na tentativa de conter as agressões.

Durante uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta, o chefe de polícia de Amsterdã Peter Holla disse que apoiadores do Maccabi atacaram um táxi e incendiaram uma bandeira palestina na quarta-feira. Falou também que os problemas continuaram até a madrugada de ontem.

Holla ainda informou que depois do jogo de quinta-feira à noite, os apoiantes do Maccabi caminhavam pelo centro da cidade e os "desordeiros" realizaram ataques de "bater e fugir" contra os apoiadores israelitas.

Holla diz que foi "extremamente difícil" para a polícia prevenir este tipo de "violência" – embora os agentes estivessem presentes "em grande número".

"Ataque antissemita"

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que os torcedores foram alvos "de um ataque antissemita premeditado". Ele anunciou nesta sexta-feira (8) o envio de dois aviões de resgate para Amsterdã para levar os israelenses de volta para casa.

O primeiro avião que será usado no resgate já havia decolado do aeroporto Ben Gourion, em Tel Aviv, quando esta reportagem foi publicada e deve chegar a Amsterdã no início da tarde.

O presidente israelense, Isaac Herzog, comparou as imagens das agressões que circularam pelas redes sociais ao ataque do grupo Hamas de 7 de outubro, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.

"Assistimos com horror às imagens e vídeos chocantes que esperávamos nunca mais rever desde 7 de outubro e que mostra um ataque antissemita contra torcedores do Maccabi Tel Aviv e cidadãos israelenses, no coração de Amsterdã", escreveu Herzog em uma mensagem publicada na rede social X.

O Ministério da Segurança Interna de Israel, Itamar Ben-Gvir, pediu aos cidadãos israelenses que permaneçam em seus quartos de hotel após os ataques.

"Os torcedores de uma partida de futebol foram vítimas do antissemitismo e atacados com crueldade, de uma maneira inimaginável, simplesmente porque eram judeus e israelenses", disse o ministro.

'Visita diplomática urgente'

O novo ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa'ar, viajará ainda nesta sexta-feira para Amsterdã para uma "visita diplomática urgente", anunciou seu gabinete. Na rede social X, ele denunciou "terríveis ataques terroristas bárbaros e antissemitas" que "são um sinal de alarme para a Europa e para o mundo inteiro".

Em uma mensagem postada em sua conta X, o primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, considerou os "ataques antissemitas contra israelenses" em Amsterdã "inaceitáveis" e disse que os autores desses atos serão processados. "Acompanhei as notícias de Amsterdã com nojo'", escreveu ele.

O primeiro-ministro da Holanda também disse estar em contato com Benjamin Netanyahu e todos os envolvidos, e afirmou que "os autores desses atos devem ser detidos e indiciados".

Durante uma conversa pelo telefone com o premiê Dick Schoof, Netanyahu também pediu maior segurança para a comunidade judaica na Holanda, de acordo com um comunicado divulgado pelo seu gabinete.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, também expressou seu choque e repulsa diante do ocorrido. "As imagens de Amesterdã são terríveis e profundamente vergonhosas para nós na Europa", escreveu Baerbock. "A eclosão de tal violência contra os judeus rompe todas as fronteiras".

Incidente deixou 62 detidos

Rene de Beukelaer, procurador-chefe do Ministério Público de Amsterdã, informou na manhã desta sexta que cerca de 62 prisões foram feitas – com 10 pessoas ainda sob custódia. Entre os detidos estão adultos e dois menores – todos homens. Os outros presos foram multados por atirar fogos de artifício ou portar faca, afirmou.

O promotor também menciona que a investigação leva em consideração motivações antissemitas.

Segundo o jornal israelense Haaretz, cerca de 3.000 torcedores israelenses fizeram a viagem para assistir ao jogo e doze ficaram feridos pelos manifestantes. De acordo com as autoridades, alguns torcedores conseguiram deixar o estádio sem problemas, mas confrontos foram relatados durante a noite no centro da capital holandesa.

 

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