Torcedores de um time de futebol israelense foram agredidos em Amsterdã, na Holanda, após um jogo entre as equipes do Ajax de Amsterdã e Maccabi Tel Aviv, pela Liga Europa, que aconteceu nesta quinta-feira (7) na capital holandesa. O ataque deixou 5 pessoas hospitalizadas e mais de 60 detidos após o time holandês derrotar os israelenses por 5 a 0 na Liga Europa, segundo a polícia holandesa.
A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, informou que houve ataques com uso de fogos de artifício. Além disso, de acordo com o Ministério do Exterior israelense, 10 torcedores foram feridos e 3 estão desaparecidos.
Antes da partida, o clima já era tenso em Amsterdã. Manifestantes pró-Palestina estavam em áreas por onde circulavam os torcedores e há relatos de provocações dos dois lados. Vídeos mostram homens com o rosto coberto carregando bandeiras da Palestina pelas ruas da cidade. Também houve correria de policiais na tentativa de conter as agressões.
Durante uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta, o chefe de polícia de Amsterdã Peter Holla disse que apoiadores do Maccabi atacaram um táxi e incendiaram uma bandeira palestina na quarta-feira. Falou também que os problemas continuaram até a madrugada de ontem.
Holla ainda informou que depois do jogo de quinta-feira à noite, os apoiantes do Maccabi caminhavam pelo centro da cidade e os "desordeiros" realizaram ataques de "bater e fugir" contra os apoiadores israelitas.
Holla diz que foi "extremamente difícil" para a polícia prevenir este tipo de "violência" – embora os agentes estivessem presentes "em grande número".
"Ataque antissemita"
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que os torcedores foram alvos "de um ataque antissemita premeditado". Ele anunciou nesta sexta-feira (8) o envio de dois aviões de resgate para Amsterdã para levar os israelenses de volta para casa.
O primeiro avião que será usado no resgate já havia decolado do aeroporto Ben Gourion, em Tel Aviv, quando esta reportagem foi publicada e deve chegar a Amsterdã no início da tarde.
O presidente israelense, Isaac Herzog, comparou as imagens das agressões que circularam pelas redes sociais ao ataque do grupo Hamas de 7 de outubro, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.
"Assistimos com horror às imagens e vídeos chocantes que esperávamos nunca mais rever desde 7 de outubro e que mostra um ataque antissemita contra torcedores do Maccabi Tel Aviv e cidadãos israelenses, no coração de Amsterdã", escreveu Herzog em uma mensagem publicada na rede social X.
O Ministério da Segurança Interna de Israel, Itamar Ben-Gvir, pediu aos cidadãos israelenses que permaneçam em seus quartos de hotel após os ataques.
"Os torcedores de uma partida de futebol foram vítimas do antissemitismo e atacados com crueldade, de uma maneira inimaginável, simplesmente porque eram judeus e israelenses", disse o ministro.
'Visita diplomática urgente'
O novo ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa'ar, viajará ainda nesta sexta-feira para Amsterdã para uma "visita diplomática urgente", anunciou seu gabinete. Na rede social X, ele denunciou "terríveis ataques terroristas bárbaros e antissemitas" que "são um sinal de alarme para a Europa e para o mundo inteiro".
Em uma mensagem postada em sua conta X, o primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, considerou os "ataques antissemitas contra israelenses" em Amsterdã "inaceitáveis" e disse que os autores desses atos serão processados. "Acompanhei as notícias de Amsterdã com nojo'", escreveu ele.
O primeiro-ministro da Holanda também disse estar em contato com Benjamin Netanyahu e todos os envolvidos, e afirmou que "os autores desses atos devem ser detidos e indiciados".
Durante uma conversa pelo telefone com o premiê Dick Schoof, Netanyahu também pediu maior segurança para a comunidade judaica na Holanda, de acordo com um comunicado divulgado pelo seu gabinete.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, também expressou seu choque e repulsa diante do ocorrido. "As imagens de Amesterdã são terríveis e profundamente vergonhosas para nós na Europa", escreveu Baerbock. "A eclosão de tal violência contra os judeus rompe todas as fronteiras".
Incidente deixou 62 detidos
Rene de Beukelaer, procurador-chefe do Ministério Público de Amsterdã, informou na manhã desta sexta que cerca de 62 prisões foram feitas – com 10 pessoas ainda sob custódia. Entre os detidos estão adultos e dois menores – todos homens. Os outros presos foram multados por atirar fogos de artifício ou portar faca, afirmou.
O promotor também menciona que a investigação leva em consideração motivações antissemitas.
Segundo o jornal israelense Haaretz, cerca de 3.000 torcedores israelenses fizeram a viagem para assistir ao jogo e doze ficaram feridos pelos manifestantes. De acordo com as autoridades, alguns torcedores conseguiram deixar o estádio sem problemas, mas confrontos foram relatados durante a noite no centro da capital holandesa.
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