Como Delegada de Polícia dedicada ao combate aos crimes ambientais há oito anos, vejo como crucial destacar a necessidade premente de uma política nacional abrangente para enfrentar essa questão.

Embora muitos dos crimes ambientais ocorram em níveis regionalizados, seus impactos reverberam globalmente, afetando ecossistemas, biodiversidade e até mesmo o clima.

A ausência de uma política nacional unificada que envolva todas as forças de segurança em uma estratégia sinérgica e coalizada é um obstáculo significativo no enfrentamento desses crimes.

Embora haja iniciativas e atuações conjuntas em muitas regiões, elas frequentemente carecem de uma coordenação consistente e de diretrizes claras provenientes do mais alto nível estratégico.

Uma política nacional eficaz proporcionaria uma estrutura unificada para coordenar as ações das diversas agências de segurança e daquelas vinculadas às ações ambientais, como polícias, agências ambientais, fiscais, entre outras.

Isso permitiria uma distribuição mais equitativa de recursos, uma troca mais eficiente de informações e uma abordagem mais consistente na aplicação da lei em todo o país.

Além disso, uma política nacional de enfrentamento ao crime ambiental poderia promover uma maior cooperação entre as autoridades locais, estaduais e federais, bem como estabelecer diretrizes claras para a investigação, punição e prevenção desses delitos.

Isso contribuiria para que os responsáveis fossem responsabilizados de forma adequada e que medidas preventivas fossem implementadas para deter futuras atividades criminosas.

É fundamental reconhecer que os crimes ambientais não são apenas uma questão local ou regional, mas sim um desafio global que exige uma resposta coordenada e abrangente.

Através de uma política nacional de enfrentamento ao crime ambiental poderemos atuar efetivamente frente à essa ameaça à saúde do nosso planeta e das futuras gerações.

ALESSANDRA SATURNINO é delegada de Polícia Civil de MT.

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