A ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, continua sendo um dos principais desafios para os produtores de soja no Brasil, ameaçando a produtividade da cultura e, consequentemente, a rentabilidade. Embora o controle químico seja a medida mais eficaz, práticas de manejo e estratégias sustentáveis têm ganhado destaque como formas complementares de combate à doença.
O papel do vazio sanitário e da rotação de culturas
O vazio sanitário, uma prática que consiste em manter as áreas de cultivo sem plantas de soja por pelo menos 60 dias durante a entressafra, é uma das principais ferramentas para conter a ferrugem. Essa medida reduz significativamente a sobrevivência do fungo entre as safras, diminuindo a pressão inicial da doença na nova temporada.
Além disso, a rotação de culturas, com o cultivo de espécies não hospedeiras do fungo, como milho ou algodão, contribui para a redução da incidência de Phakopsora pachyrhizi no solo. Essa técnica não apenas controla a ferrugem, mas também melhora a saúde geral do solo, contribuindo para o manejo integrado de pragas e doenças.
Semeadura e espaçamento adequados
A escolha do momento correto para a semeadura também é fundamental. O plantio concentrado no início da janela ideal para cada região favorece o desenvolvimento da soja em condições climáticas menos propensas à ferrugem, reduzindo o risco de infecção em larga escala.
Outro fator importante é o espaçamento adequado entre as plantas, que facilita a penetração dos defensivos agrícolas e melhora a circulação de ar, dificultando a permanência de umidade nas folhas – condição essencial para a germinação dos esporos do fungo. “A educação dos produtores é essencial para a adoção dessas práticas. É importante conscientizar sobre a necessidade de um manejo integrado, que vai além do uso de defensivos”, afirma Fábio Kagi, gerente de Assuntos Regulatórios do Sindiveg.
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