O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta segunda-feira (27) que a forma como os brasileiros deportados dos Estados Unidos chegam ao país é uma questão de dignidade, soberania nacional e segurança.
Andrei deu entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura.
No fim de semana, um voo com brasileiros deportados pelo governo Donald Trump chegou ao país. Eles estavam algemados quando desceram do avião, o que gerou reação do governo brasileiro.
Segundo Andrei, os repatriados não podem ser equiparados a presidiários e devem ser tratados com respeito e humanidade ao retornarem ao país.
“O caso tem, fundamentalmente, três eixos que a gente precisa avaliar. Em primeiro lugar, é a dignidade daquelas pessoas, dos cidadãos brasileiros, que não são presidiários, que estavam chegando ao nosso país repatriados dos Estados Unidos. O segundo ponto é a soberania nacional, para que apliquemos aqui no nosso país as nossas regras sobre o nosso comando das instituições com competência para tanto. Em terceiro lugar, a segurança do voo, a segurança das pessoas do sítio aeroportuário”, explicou.
Andrei também disse que o que quebrou a praxe nessa deportação foi os brasileiros terem descido algemados do avião.
"A grande diferença é que nenhum momento [em deportações anteriores] houve essa exposição, essa falta de atenção e cuidado com brasileiros que chegaram. Cada país tem suas definições e regras, nós temos análise de risco para caso a caso. Tem necessidade de fazer contenção por algemas por pessoas? Há soberania do piloto para determinar algemas para ter voo tranquilo. O grande foco é segurança do voo. Não há justificativa para quem não oferece risco estar algemada", completou.
O episódio motivou desde o fim de semana reações do governo brasileiro.
O Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) convocou o encarregado de negócios dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos sobre o transporte dos brasileiros deportados.
Acordos estabelecem que os deportados devem ser tratados com dignidade e que o uso de algemas só pode ocorrer quando absolutamente necessário e jamais no desembarque em solo brasileiro. “O uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos de acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”, destacou o Itamaraty em nota oficial.
O voo fretado pelos EUA, que inicialmente seguiria para Belo Horizonte, foi desviado para Manaus devido a uma pane no sistema de ar-condicionado. Diante das condições relatadas, o governo brasileiro decidiu não permitir que a aeronave seguisse viagem. Os deportados foram transferidos para Belo Horizonte por meio de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).
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