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CIDADES Sexta-feira, 28 de Junho de 2024, 10:50 - A | A

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Operação Simulacrum

Justiça acata denúncia contra 17 policiais militares por assassinatos, mas nega prisão

A ação penal diz respeito ao homicídio de Mayk Sanchez Sabino e tentativas de homicídio contra Rômulo Silva Santos e mais duas pessoas não identificadas

Da Redação

O juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, denunciou 17 policiais militares e um segurança particular acusados de envolvimento em homicídios simulados como confrontos, mas negou o pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público Estadual (MPE).

 O caso está relacionado à Operação Simulacrum, deflagrada em 2022, que investigou PMs suspeitos de executar suspeitos de crimes. O grupo teria atuado na morte de 24 pessoas e na tentativa de homicídio de outras quatro pessoas. Foram denunciados os policias militares Altamiro Lopes da Silva, Antônio Vieira de Abreu Filho, Arlei Luiz Covatti, Diogo Fernandes da Conceição, Genivaldo Aires da Cruz, Heron Teixeira Pena Vieira, Ícaro Nathan Santos Ferreira, Jairo Papa da Silva, Jonathan Carvalho de Santana, Jorge Rodrigo Martins, Leandro Cardoso, Marcos Antônio da Cruz Santos, Thiago Satiro Albino, Tulio Aquino Monteiro da Costa, Vitor Augusto Carvalho Martins, Wesley Silva de Oliveira, Paulo Cesar da Silva e o segurança particular Ruiter Cândido da Silva.

A ação penal diz respeito ao homicídio de Mayk Sanchez Sabino e tentativas de homicídio contra Rômulo Silva Santos e mais duas pessoas não identificadas. O crime ocorreu no dia 25 de maio de 2020, no Coxipó do Ouro, em Cuiabá.

“Em todos os casos, verifica-se que o responsável por selecionar as pessoas que seriam mortas (ditos ‘malas’) as escolhia a esmo e de acordo com suas impressões pessoais, e que os policiais militares envolvidos direta ou indiretamente nos homicídios sequer sabiam quem estava sendo executado”, diz trecho da denúncia.

Embora tenha reconhecido a gravidade das acusações, o juiz Ferreira entendeu que não havia necessidade de prisão preventiva, uma vez que os supostos crimes ocorreram há cerca de quatro anos. “A jurisprudência pátria consolidou o entendimento de que a decretação da prisão preventiva deve observar o requisito da contemporaneidade dos fatos”, escreveu o magistrado.

“No presente caso, embora a materialidade delitiva esteja estampada nos laudos periciais de necropsia, bem como a presença de indícios suficientes de autoria delitiva ante os documentos amealhados no inquérito policial, verifico que os fatos imputados aos implicados ocorreram há mais de 04 (quatro) anos”, completou.

 Os promotores também destacaram na denúncia a escalada da letalidade em intervenções policiais na região metropolitana de Cuiabá e Várzea Grande. Em 2023, mais de um a cada três homicídios foram cometidos por policiais militares, o que, segundo eles, exige uma intervenção urgente do Sistema de Justiça.

“A eficiência da polícia é dimensionada pela capacidade de evitar que os crimes aconteçam, e não pelo número de pessoas que ela mata”, afirmaram os promotores Vinicius Gahyva Martins, Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, Samuel Frungilo, Jorge Paulo Damante Pereira e César Danilo Ribeiro de Novais, que assinam a denúncia.

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