O Comitê Emergencial de Gerenciamento da Superlotação do Pronto Socorro, sob a liderança do prefeito Emanuel Pinheiro, determinou novas ações a serem implantadas, a fim de coibir a superlotação da unidade. Durante reunião, o prefeito e os demais membros da comissão alinharam as formas de enfrentamento, como a consolidação de um mutirão rotineiro de cirurgias ortopédicas, além de uma série de reuniões deliberativas com outras instituições envolvidas, como os hospitais filantrópicos, o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso (COSEMS/MT) e a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).
“São medidas ousadas e corajosas, que fazem aquilo que deveria ter sido executado há muito tempo. Vamos romper com este ciclo vicioso e interminável, onde pacientes padecem nos corredores do Pronto Socorro à espera de um atendimento. E para que isso seja executado com sabedoria e discernimento, não há outro caminho a ser seguido que não seja a união de forças. Município, Estado e demais órgãos devem trabalhar em uníssono, focando exclusivamente no bem-estar e na integridade da população mato-grossense. Essa pré-disposição para resolver um problema crônico já se revela nesta reunião do Comitê, que trabalha com deliberações e determinações pré-estabelecidas que serão devidamente cumpridas. Um delas é o mutirão de cirurgias ortopédicas, que acontecerá em média uma vez ao mês, considerando também a avaliação da administração do hospital”, afirmou o prefeito Emanuel Pinheiro. O problema se arrasta há anos.
Um dos maiores gargalhos e principais motivos das extensas filas no Pronto Socorro, a ortopedia será enfrentada de frente com a realização dos mutirões. Com o objetivo de repetir o alcance conquistado nos dias 11 e 12 de novembro – onde cerca de 60 cirurgias foram realizadas –, a alternativa vai de encontro com a grande demanda de pacientes, cujo quadro clínico refere-se às cirurgias ortopédicas, conforme pontuou a secretária municipal de Saúde, Elizeth Araujo.
“Atualmente 34 pessoas estão internadas na Ala Ortopédica e 60% dos pacientes alocados nos corredores do Pronto Socorro se encontram com o mesmo quadro clínico referente a essa especialidade. Temos pessoas que estão internadas no hospital há 452 dias e um caso que ultrapassa os 700 dias. Precisamos atuar de maneira clínica para que estes pacientes não fiquem ali por tempo demais, colocando sua própria saúde em risco, se tornando vulneráveis e suscetíveis à infecções generalizadas. O mutirão de ortopedia será uma grande solução viável que vai remediar a causa, nos ajudando a administrar melhor o espaço, além de atender melhor e com uma estrutura mais adequada todos aqueles que dependem do serviço público de saúde”, revelou.
As ações discriminadas durante a reunião também englobaram a desospitalização dos pacientes, com a garantia do agendamento prévio de seu procedimento cirúrgico. Para o prefeito de Jangada, Edérzio de Jesus Mendes, a medida é fundamental. “Para o município é melhor que o nosso paciente aguarde pela cirurgia em casa, pois temos um Pronto Atendimento e outras unidades que conseguem ofertar auxílio caso o munícipe precise. Com a logística sendo corretamente planejada, esta postura ajudará a desafogar o Pronto Socorro, conferindo dignidade àqueles que aguardam nos corredores por seu devido atendimento. Este assunto também será dialogado amplamente com a AMM, em uma reunião que marcaremos muito em breve”, salientou o gestor.
Para garantir que a transferência de pacientes para o PS seja feita de maneira responsável e adequada, o Comitê Emergencial de Gerenciamento também pontuou a instalação do telediagnóstico, uma tecnologia oriunda da Telemedicina. A ferramenta, que já vigora no Hospital Universitário Júlio Müller, visa aprimorar o diagnóstico dos pacientes, através da vídeo conferência. Caso o médico queira esclarecer o quadro clínico de um enfermo e sua necessidade ou não de encaminhamento para a Capital, outro profissional posicionado no hospital poderá sanar suas dúvidas, auxiliando no parecer e evitando possíveis transferências desnecessárias. O mecanismo de aprimoramento será dialogado junto à unidade federal, com a possibilidade de uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde.
Para Nei Moreira da Silva, representante da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e neurologista, a crise combatida pelo Comitê Emergencial possui raízes profundas e antigas, que agora estão sendo combatidas com o auxílio da tecnologia e do trabalho conjunto. “Soluções como essas são fundamentais. De fato enfrentamos um problema histórico que padece também pela falta de leitos no hospital, mas medidas dessa natureza são fundamentais para nos ajudar a diminuir os gargalos que a saúde pública sofre”, concluiu.
Participaram também a assessora Técnica de Planejamento, Arlete Maria de Sá Lima e a diretora técnica de gestão do Pronto Socorro de Cuiabá, Zamara Brandão Ribeiro.
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