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ECONOMIA Quinta-feira, 30 de Janeiro de 2025, 10:39 - A | A

Quinta-feira, 30 de Janeiro de 2025, 10h:39 - A | A

Emprego formal

Abertura de vagas com carteira assinada cresce 16% em 2024 e registra aceleração

Números do Caged foram divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira (30). Na comparação com 2023, houve aumento de 16,5% na criação de postos de trabalho com carteira assinada

G1

A economia brasileira gerou 1,69 milhão de empregos com carteira assinada em 2024, informou nesta quinta-feira (30) o Ministério do Trabalho.

Ao todo, segundo o governo federal, no ano passado foram registradas:

25,57 milhões de contratações;
23,87 milhões de demissões.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os números mostram um aumento de 16,5% em relação ao ano de 2023, quando foram gerados 1,45 milhão de postos de trabalho (dados ajustados).

Com isso, após dois anos de desaceleração, a criação de empregos formais voltou a ganhar velocidade em 2024.

A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada porque o governo mudou a metodologia.

Os números oficiais mostram que, somente em dezembro do ano passado, as demissões superaram as contratações em 535,54 mil vagas formais. Esse foi o mês de dezembro com mais demissões desde o início da série histórica, em 2020.

Normalmente, há demissões no último mês de cada ano por causa da sazonalidade do comércio. O governo também tem observado demissões no setor público, principalmente nas áreas de educação e saúde, com o encerramento de contratos temporários.

Ao final de 2024, ainda conforme os dados oficiais, o Brasil tinha saldo de 47,21 milhões de empregos com carteira assinada.
O resultado representa alta na comparação com dezembro do ano anterior (45,51 milhões).

Papel do Banco Central
Extremamente crítico à política de alta de juros durante a presidência de Roberto Campos Neto no Banco Central, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, encerrada em 2024, o ministro do Trabalho baixou o tom nesta quinta e avaliou que o novo dirigente da instituição, Gabriel Galípolo, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "não tinha muito como sair disso".

Ele se referiu à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve um ritmo forte de alta dos juros nesta semana ao elevar a Selic para 13,25% ao ano. A decisão foi tomada por uma diretoria formada em sua maioria por diretores indicados pelo governo petista.

"A decisão de ontem [quarta] não tinha muito como sair disso. Não podemos entrar nessa esfera de continuidade, de uma certa armadilha deixada. Galípolo e sua diretoria vão ter que ter responsabilidade para não entrar na mesma rotina de aumento de juros que vai sacrificar o orçamento público", declarou o ministro Luiz Marinho, do Trabalho.

O ministro chegou a dizer que nunca tinha falado mal do Banco Central.

"Nunca falei mal. Avaliação do momento em que acontece. Continuarei falando o papel que os juros têm na economia. Ninguém, imagino eu, esperava coisa diferente por parte do Copom dada os circunstância no decorrer do ano passado", acrescentou.

Ele manifestou, porém, preocupação com o efeito dos juros altos na economia e no mercado de trabalho, e pediu ao BC que não eleve mais a taxa Selic. A instituição indicou nesta quarta um novo aumento de um ponto percentual em março.

"Não sei porque há um novo contrato de um novo aumento dos juros, que é um absurdo na minha opinião. É preciso que a direção do BC avalie a possibilidade de não executar essa possibilidade de um novo aumento dos juros no Brasil", completou.

Momento da economia
A melhora na abertura de vagas com carteira assinada, em 2024, em conjunto com a queda do desemprego (veja mais abaixo nessa reportagem), acontece em um momento de forte aquecimento da economia brasileira.

A previsão de economistas do mercado financeiro é de que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha registrado expansão de 3,5% em 2024, contra um crescimento de 3,2% (dado revisado) no ano anterior. O resultado oficial do PIB do ano passado será divulgado pelo IBGE em 7 de março.

A força da economia, entretanto, também é apontada por analistas como um dos fatores que têm pressionado a inflação, que ficou acima da meta no ano passado ao somar 4,83%.

O mercado de trabalho dinâmico, segundo o próprio Banco Central, responsável por conter a alta de preços, tem elevado a inflação do setor de serviços.

Por conta da economia em forte expansão, alta do dólar e aumento de gastos públicos por parte do governo federal, o BC tem elevado a taxa básica de juros da economia brasileira — justamente para conter as pressões inflacionárias.

Nesta quarta-feira (29), subiu a Selic pela quarta vez seguida, para 13,25% ao ano. E a previsão dos economistas é de que o juro continuará subindo nos próximos meses, atingindo 15% ao ano em junho de 2025. Se confirmado, será o patamar mais elevado desde meados de 2006, ou seja, em 19 anos.

Empregos por setor
Os números do Caged de 2024 mostram que foram criados empregos formais nos cinco setores da economia.

Regiões do país
Os dados também revelam que foram abertas vagas em todas regiões e estados do país no ano passado.

Por estados, os que mais criaram vagas no ano passado foram: São Paulo (+459.371), Rio de Janeiro (+145.240), Minas Gerais (+139.503), Paraná (+128.012) e Santa Catarina (+106.392)

Salário médio de admissão
O governo também informou que o salário médio real de admissão foi de R$ 2.162,32 em dezembro do ano passado, o que representa queda em relação a novembro (R$ 2.163,22).

Na comparação com dezembro de 2023, também houve aumento no salário médio de admissão. Naquele mês, o valor foi de R$ 2,128,90.

Caged x Pnad
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, com isso incluem os trabalhadores informais da economia.

Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad) — que englobam os informais.

Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada no fim do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil foi de 6,1% no trimestre móvel terminado em novembro. Foi a menor taxa de desocupação de toda a série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.

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