Duas casas foram incendiadas e destruídas nesta quarta-feira no Assentamento São Jorge, no Distrito de Conselvan, município de Aripuanã (1.002 km de Cuiabá). A área é alvo de uma disputa de terras entre os assentados e o empresário Matheus Fúria Buzetti, que se apresenta como proprietário, mesmo, conforme o advogado de defesa das famílias posseiras, apresentando documento inexistente juridicamente, ou seja, sem registros junto ao Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat).
Uma das vítimas foi Daniel, que ao lado da mulher e da filha, ficou somente com a "roupa do corpo". Ele já havia denunciado que as famílias estavam sendo alvo de tentativa de despejo e ameaçadas. Agora, a ameaça se concretizou, tendo perdido sua residência em um ataque criminoso.
A área envolve uma disputa de terras de aproximadamente 9.900 hectares e está relacionada às Fazendas São João e Fazenda Dias, localizadas no município de Aripuanã, anteriormente disputadas devido à falsificação de documentos de propriedade. O local está no centro de um processo judicial.
No vídeo, o produtor lembra que pediu auxílio ao governador Mauro Mendes (UB) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), buscando proteção quanto aos criminosos. “Pedi tanto ao governador e ao presidente para ajudar proteger minha casa, e o que fizeram com minha casa, agora estou sem nada, apenas com a roupa do corpo e minha família”, relata.
Outra casa destruída pelo fogo é da senhora Neia, que também perdeu todos os seus pertences.
A deputada Janaina Riva (MDB), que já havia alertado sobre o drama vivido pelas famílias que vivem no assentamento São Jorge, usou suas redes sociais para expor o caso de violência vivido pelas famílias que tiveram as casas incendiadas.
“Vocês se lembram do vídeo que postei do Daniel com a filhinha dele lá do assentamento Conselvan, onde clamava pela ajuda do Governo do Estado e do Governo Federal para que pudesse permanecer na casa dele? Colocaram fogo na casa dele, onde construiu com o suor do trabalho dele e além disso colocaram fogo na casa de outro morador. Não sabemos quem foi e não estou acusando ninguém, mas estou enviando ofício à Secretaria de Segurança e vou ligar para o coronel César Roveri para que mande reforço para o local enquanto se resolva esse impasse. Esse fogo que foi colocado nessa casa é uma intimidação muito grande que fere não só a honra, mas a dignidade desses trabalhadores que não merecem passar por isso”, destacou a deputada.
AMEAÇAS CONSTANTES
As famílias, conforme relato de uma moradora que preferiu não se identificar com receio de retaliações, são alvo de constantes ameaças, vivendo apreensivas, tendo medo até mesmo de sair de casa.
“As ameaças são constantes, se falar pra mim que eu tinha uma vida na rede social antes, porque hoje não posso ter mais. Para se ter ideia, saímos para viajar, minha filha queria postar, e eu disse que não pode. Vivemos em uma situação hoje que é vergonhosa. Hoje não posso falar, por exemplo, que estou em Cuiabá, pois já teve vezes de virmos aqui e olhar no hotel e ver um drone. O que o drone está fazendo no hotel? Então não foi uma nem duas vezes que fomos ameaçados para sair do lugar, para deixar a terra, então é uma situação urgente. Precisamos de apoio urgente. Já teve vez de sair a noite do sítio e ver motoqueiros e termos que sair correndo com medo. Então precisamos que alguém faça alguma coisa”, relatou em conversa com a reportagem do Notícia Max.
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