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25 de Agosto de 2024

ECONOMIA Quinta-feira, 18 de Janeiro de 2024, 08:54 - A | A

Quinta-feira, 18 de Janeiro de 2024, 08h:54 - A | A

Dólar a R$ 4,50?

Alguns analistas acham que sim, mas as contas do governo podem atrapalhar

Crescimento da economia brasileira, inflação menor e recorde de exportações explicam valorização do real

CNN Brasil

O dólar caiu e está prestes a completar um trimestre abaixo de R$ 5. Neste cenário, analistas mais otimistas já começam a trabalhar com cotações de até R$ 4,50 no fim do ano.

A tendência deve ter continuidade com a queda dos juros nos Estados Unidos. Contudo, há ameaças, especialmente em Brasília: se houver piora das contas públicas, economistas dizem que o espaço para a queda do dólar diminui.

O crescimento da economia brasileira acima do esperado, inflação menor e o recorde de exportações explicam a recente valorização do real.

A construção de uma pauta mais fiscalista pelo ministro Fernando Haddad no ano passado e a consequente melhora da nota de risco do Brasil consolidaram esse cenário positivo.

Assim, a moeda que operava perto de R$ 5,50 nas eleições presidenciais de 2022, passou a cair mês após mês.

 As cotações recuaram à medida em que entraram no Brasil os dólares das exportações e dos investidores, sejam os financeiros – como na bolsa de valores e renda fixa – ou na área produtiva – como a construção ou ampliação de fábricas.

Com isso, mais de 60% dos gestores de fundos na América Latina apostam no dólar entre R$ 4,50 e R$ 4,80 no fim do ano, de acordo com uma pesquisa do Bank of America (BofA) Securities feita nos últimos dias.

Em dezembro, essa expectativa era minoritária e menos de 30% dos ouvidos pela pesquisa anterior previa esse cenário.

A pesquisa do BofA foi feita com 30 gestores que administram US$ 83,8 bilhões (R$ 413,13 bilhões) em fundos de investimento na América Latina.

Outros analistas têm cenário parecidos. Iana Ferrão, economista do BTG Pactual, prevê que o dólar deve terminar o ano em R$ 4,80, mas não descarta cotações mais baixas de até R$ 4,60.

“Enxergamos viés baixista para este número para um patamar próximo a R$ 4,70 ou R$ 4,60 se não houver deterioração significativa do cenário doméstico”, cita em relatório.

O risco de deterioração doméstica trata basicamente do cenário fiscal.

Economistas não estão otimistas com a perspectiva de cumprimento da meta fiscal de déficit zero em 2024 e alertam que, se houver piora das contas públicas, a tendência de valorização da moeda brasileira pode ser interrompida.

“Continuamos preocupados com a tendência expansionista da política fiscal e parafiscal, tanto no Brasil como nos países centrais. Ela tende a pressionar as expectativas de inflação não apenas pelo impacto na demanda agregada, mas também devido ao aumento da dívida pública ao longo do tempo – o Brasil enfrenta, com frequência, aumento da inflação como meio de ajuste fiscal”, citam os economistas da XP na edição de janeiro do relatório Brasil Macro Mensal.

Nesse documento, a XP reduziu a previsão para o dólar no fim do ano de R$ 4,85 para R$ 4,70, e os analistas não descartam cotações ainda menores. “Acreditamos, inclusive, que patamares abaixo desta projeção podem ser atingidos no curto prazo”.

Porém, os economistas notam que o risco fiscal continua, e a recente melhora das condições poderá só adiar para 2025 a aparição desses problemas no Brasil.

Mais conservador, o Itaú Unibanco mantém previsão de dólar a R$ 4,90 no fim do ano. Os economistas do banco reconhecem que houve evolução positiva do cenário com a melhora da avaliação de risco do Brasil e o forte superávit comercial.

O banco lembra, contudo, que o crescimento da economia dos Estados Unidos deve continuar forte, o que mantém a força da moeda americana.

Além disso, lembram que há redução do diferencial de juros entre o Brasil e os EUA – o que reduz a atratividade do mercado brasileiro para os investidores internacionais.

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