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ECONOMIA Terça-feira, 21 de Novembro de 2023, 07:13 - A | A

Terça-feira, 21 de Novembro de 2023, 07h:13 - A | A

LAÇOS COMERCIAIS

Como a eleição de Milei pode impactar a economia brasileira

Economistas consultados pela CNN indicam que corte de relações com o Brasil não deve ir além do discurso político

CNN Brasil

Javier Milei (La Libertad Avanza), presidente eleito da Argentina neste domingo (19), afirmou durante sua campanha que poderia cortar relações com o governo brasileiro e mesmo abandonar o Mercosul, o que traz dúvidas sobre o futuro dos laços comerciais do Brasil com seu principal parceiro na região.

Sobre a possibilidade de Milei romper com o Brasil, economistas consultados pela CNN indicam que a afirmação não deve ir além do discurso político.

“Acho que não tem risco nenhum. Foi muito mais um discurso para mostrar que era contra a esquerda”, disse o ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Roberto Troster.

Em 2022, a Argentina foi o terceiro maior importador de produtos do Brasil, com cerca de US$ 13,09 bilhões (cerca de R$ 63,61 bilhões) na balança comercial, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

O vizinho também figurou como o terceiro principal exportador de bens brasileiros, somando US$ 15,34 bilhões (R$ 74,55 bilhões).

Na balança parcial de 2023, entre janeiro e outubro, a Argentina aparece como terceiro maior exportador, com US$ 14,90 bilhões (R$ 72,41 bilhões), mas perde uma posição nas importações, totalizando US$ 10,15 bilhões (R$ 49,32 bilhões).

Apesar das sinalizações de Milei sobre possível afastamento do país, o principal interlocutor de Brasília na campanha do novo presidente argentino, Guillermo Francos, afirmou recentemente que eventual vitória do ultralibertário não afetará a relação.
O ex-diretor do Banco Central (BC), Luiz Fernando Figueiredo, diz não acreditar em relação próxima entre Milei e Lula. Porém, pontua que o sucesso do novo mandatário em seus planos econômicos é benéfico ao Brasil por ter um vizinho financeiramente mais saudável.

Mercosul
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nos últimos meses que Milei ameaça o Mercosul — o presidente eleito critica duramente o bloco econômico de forma pública.

Apesar dos ataques, Alexandre Pires, professor de relações internacionais e economia no Ibmec-SP, pontua que, segundo o tratado do Mercosul, Milei precisaria de maioria absoluta no Congresso argentino para deixar o bloco.

“Milei não terá o condão de unilateralmente romper com o tratado”, explica. “Mas é mais uma presidência dentro do bloco contrário à forma como o Mercosul está organizado atualmente”.

No fim de setembro, Haddad chegou a afirmar que o acordo com a União Europeia pode tornar o Mercosul mais atraente e servir como “antídoto” ao bloco na possibilidade da eleição de Milei.

Negociadores do Mercosul e da União Europeia voltam a se reunir na próxima semana, em Brasília, para encaminhar um acordo de livre comércio entre os países.

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