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ECONOMIA Quarta-feira, 29 de Janeiro de 2025, 08:19 - A | A

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Copom pode subir taxa básica de juros para 13,25% na 1ª ‘superquarta’ do ano

R7

Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central define nesta quarta-feira (29) a nova taxa básica de juros da economia brasileira. As expectativas do mercado financeiro apontam para uma elevação da Selic em 1 ponto percentual, passando dos atuais 12,25% para 13,25% ao ano. O resultado será divulgado pelo BC às 18h30. Caso seja confirmada, a alta será a quarta consecutiva desde setembro, voltando ao patamar de agosto de 2023.

O anúncio será feito na primeira “superquarta” de 2025. É assim que se chamam as quartas-feiras em que coincidem as reuniões que definem as taxas de juros tanto dos Estados Unidos quanto do Brasil.

A primeira reunião do Copom no ano começou na terça-feira (28) e marcou a “estreia” de Gabriel Galípolo como presidente do BC. Ele foi indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No fim de 2024, com a escalada do dólar e da inflação, o Banco Central intensificou o aumento da Selic para conter o consumo e o aumento de preços.

Na última reunião, no fim do ano passado, o BC não só elevou a taxa em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, como também indicou que deveria repetir um reajuste do mesmo patamar no começo de 2025.

A Selic é o principal instrumento para controlar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. No entanto, taxas maiores dificultam o crescimento econômico.

Boletim Focus

No último Boletim Focus, a mediana para a taxa básica de juros ficou estável em 15% para o fim de 2025, pela segunda semana consecutiva. Já a projeção de inflação do país para 2025 subiu de 5% para 5,08%.

“Os dados sinalizam que houve uma leve piora no cenário para a inflação. Isso porque a alta nas expectativas para a Selic ao final deste e do próximo ano foram insuficientes para conter uma nova rodada de deterioração das expectativas de inflação”, afirma em nota a equipe econômica do C6 Bank, liderada pelo economista Felipe Salles.

O Comitê deve manter a indicação de realizar uma nova elevação de 1 ponto percentual na segunda reunião de 2025, que acontece em março.

“Acreditamos, por ora, que o BC deve fazer mais duas elevações nos juros, além das já sinalizadas, até o meio do ano e, com isso, a Selic deve terminar o ano em 15%. Projetamos que a Selic se mantenha nesse patamar até o fim de 2026″, afirma o texto da equipe econômica do C6 Bank.

Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, acredita que a taxa de juros alcance o pico de 15,25% ao ano em junho. “Além disso, devido às incertezas, não prevemos cortes na Selic em 2025. Para 2026, estimamos 13,5% ao ano”, afirma.

Histórico

Após passar um ano em 13,75% ao ano, entre agosto de 2022 e agosto de 2023, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto percentual e um corte de 0,25 ponto percentual. Nas reuniões de junho e julho de 2024, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano, começando a aumentar a Selic na reunião de setembro, quando a taxa subiu 0,25 ponto percentual.

Em novembro, a elevação foi de 0,5, passando para 11,25%. A Selic chegou a 12,25% ao ano em dezembro, com alta de 1 ponto percentual.

Entenda a Selic

A taxa básica de juros é uma forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. Ela serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo.

Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam alternativas de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Já quando os juros básicos são reduzidos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

A Selic é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

É a taxa Selic que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo em empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

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