A atriz espanhola Karla Sofía Gascón deu uma entrevista reveladora ao site The Hollywood Reporter sobre as suas vivências ao longo dos últimos meses. A estrela de ‘Emilia Pérez’ (2024) foi acusada de xenofobia, racismo e islamofobia por posts antigos nas redes sociais. As publicações impactaram os feitos do longa do cineasta francês Jacques Audiard na mais recente temporada de premiações de Hollywood. Longa com o maior número de indicações ao Oscar em 2025, 13 no total, o filme deixou a premiação com apenas dois troféus: Melhor Atriz Coadjuvante (Zoë Saldaña) e Melhor Canção Original (‘El Mal’).
Na entrevista ao Hollywood Reporter, Gascón contou ter contemplado “o impensável” após as descobertas dos tuítes antigos e seu “cancelamento” público.
Gascón acabou perdendo o Oscar de Melhor Atriz para Mickey Madison, por ‘Anora’ (2024), e viu o brasileiro ‘Ainda Estou Aqui’ (2024) ficar com o troféu de Melhor Filme Internacional - categoria que tinha ‘Emilia Pérez’ como favorito.
Na conversa com a publicação, a atriz voltou a pedir desculpas: “a todos que ofendi em algum momento da minha vida e ao longo da minha jornada”. Ela também se comprometeu a “continuar aprendendo e ouvindo para não cometer os mesmos erros no futuro”.
Gascón ainda justificou as “coisas ofensivas” que escreveu no passado: “Partiram do medo, da minha própria ignorância, da minha própria dor”.
Depois, no entanto, ela afirmou: “Várias contas falsas foram criadas em meu nome para aumentar a dor e a confusão. Acusações absurdas e até delirantes foram lançadas contra mim, o que feriu profundamente meu espírito. As coisas escalaram a um ponto, e de forma tão rápida, que eu não consegui nem respirar”.
Gascón classificou suas vivências recentes como uma “tempestade inesperada e devastadora”: “Houve momentos em que a dor foi tão avassaladora que eu contemplei o impensável”.
“Eu abriguei pensamentos mais sombrios do que aqueles que considerei em algumas das minhas lutas anteriores, não menos íntimas e pessoais,” afirmou Karla Sofía Gascón. “E eu me perguntei: ‘se eu, com toda a minha força e preparo para lidar com a raiva e rejeição, estou à beira do precipício, o que teria acontecido com alguém com menos recursos emocionais para resistir a esses ataques? De alguma forma, eu consegui. Outros não teriam sobrevivido a este inverno brutal que estou prestes a encerrar.”
Depois ela declarou: “Agora que a tempestade está acalmando um pouco, e o pior já passou (ou pelo menos espero), começo a ver claramente o que aprendi. Aprendi que o ódio, como o fogo, não pode ser apagado com mais ódio. Ofensas não podem ser apagadas com mais ofensas, e erros não podem limpar outros erros, especialmente quando mentiras e falsidade proliferam por toda parte e quando tudo o que me mandam de volta é pura raiva, bullying, ataques, desprezo e até ameaças de morte".
Gascón concluiu dizendo: “Felizmente, mantive o mínimo de sanidade para ver a luz no fim desse túnel de ódio e entender que eu preciso ser e fazer melhor, e corrigir meus erros passados, sem me envolver em mais escuridão. Caso contrário, se eu jogar o jogo deles, e retribuir e amplificar todo o ódio que os outros projetam sobre mim, eu me perderia; eu nunca seguiria em frente, e não conseguiria continuar ajudando os outros ainda presos na tempestade”.
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